Brasil se prepara para o Fed com alta de juros, diz FT

O jornal Financial Times (FT) sugere que mercados emergentes se prepararem para a normalização da política monetária nos Estados Unidos. No principal editorial da edição desta sexta-feira, a publicação afirma que países precisam reduzir a dívida externa de curto prazo e devem aumentar sua atratividade. O texto diz que a alta de juros realizada no Brasil é uma opção à mudança na economia dos EUA, mas reformas estruturais como as executadas no México compõem uma alternativa melhor.

O editorial do FT diz que maioria dos economistas prevê uma reversão gradual da política monetária dos EUA, o que tende a ser positivo para os mercados emergentes. O texto nota, porém, que o risco de uma transição abrupta “permanece significativo”. Como citado ontem pelo jornal britânico, alguns economistas ampliaram a lista dos “Cinco Frágeis” emergentes, que agora conta com “alguns queridinhos dos mercados como, por exemplo, o Chile”.

“O desafio para as economias é duplo. Em primeiro lugar, é essencial diminuir a exposição à dívida de curto prazo. Em particular, a estabilidade de muitas empresas não financeiras é uma verdadeira causa de preocupação”, diz o texto, que explica que muitas empresas tomaram pesados volumes de financiamento no exterior e estariam sujeitas às variações cambiais.

O segundo desafio para esses países é conseguirem permanecer atraentes, diz o FT. “Mercados devem procurar manter-se atraentes para os estrangeiros mesmo que o dinheiro global esteja mais curto. A primeira linha de defesa para os bancos centrais é aumentar as taxas de juros, como o Brasil fez na quarta-feira. A subida da taxa pode mudar a psicologia dos investidores, mas gera risco de amortecer o crescimento”, diz o texto.

“A solução mais duradoura passa pelas reformas estruturais que elevam o potencial de crescimento. Este é o caminho tomado pelo México desde a eleição de Enrique Peña Nieto como presidente”, diz o texto do FT, que diz que a economia mexicana caminha para atrair mais investimento direto. “Uma forma muito mais segura de financiamento externo do que o hot money”, diz o editorial.

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