O Brasil está consolidando sua posição de líder do mercado de exportação mundial de carne. A expectativa, apresentada ontem em um relatório da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), mostra que a exportação de carne brasileira vai subir de 3,4 milhões de toneladas em 2003, para 3,8 milhões em 2004. Com o aumento das exportações, o Brasil passa a controlar 21% do comércio mundial de carne.
Apesar dos números positivos para a pecuária brasileira, o relatório da FAO mostra que o consumo de carne no mundo este ano, projetado em 253,6 milhões de toneladas, em comparação as 250,4 milhões de toneladas do ano passado, representa um dos mais baixos índices de crescimento dos últimos anos.
Crise do frango
De acordo com o relatório, o baixo crescimento é um dos reflexos da gripe do frango, que prejudicou a produção na Ásia e regiões da América do Norte, além do mal da vaca louca, que atingiu a rebanho bovino no Europa.
A expectativa de crescimento na produção de carne na Ásia, por exemplo, é de menos de 1%, o que representa menos do que a média registrada nos últimos cinco anos.
Essa defasagem da produção asiática, de acordo com a FAO, vai ser suprida pelas exportações feitas por países da Oceania e da América Latina, que por sua vez, será a maior beneficiária da crise asiática, devendo registrar um aumento na produção em cerca de 6%.
Com isso, a América Latina passa a controlar 27% das exportações mundiais. No início da década de 90, a América Latina controlava perto de 16% das exportações do mundo.
A média per capita de consumo de carne vai se manter em 39,9 quilos por pessoa, a mesma média registrada no ano passado.
A crise do frango na Ásia é apontada como o principal fator para a estabilização do consumo de carne no mundo.