Brasil recua para a 74ª posição em ranking de integração à economia global

O Brasil ficou para trás no quesito integração à economia global. O País perdeu duas posições no ranking de conectividade elaborado pela empresa de logística alemã DHL, caindo para a 74ª colocação em 2013, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 8. A lista tem 140 membros e mostra o Brasil atrás de países como Romênia (70º lugar), Sri Lanka (64º) e Cazaquistão (61º). O estudo traz uma análise da situação da globalização ao redor do mundo e é assinado por Pankaj Ghemawat, da Universidade de Nova York, e Steven A. Altman, da Universidade de Navarra.

A nota do Brasil melhorou 1 ponto ante o levantamento anterior, para 44 pontos, de 100 possíveis. A avaliação é dividida em dois critérios, que valem 50 pontos cada: Profundidade, que mede os fluxos internacionais do país em relação ao tamanho da economia; e Abrangência, que avalia a relação entre a distribuição dos fluxos de um país entre seus parceiros com a distribuição global do mesmo tipo de fluxo, ou seja, envolve a distribuição geográfica. Sobre o prisma desses dois critérios são analisados quatro tipos de fluxo: Comércio, Capital, Informação e Pessoas.

No aspecto Abrangência, a nota do Brasil se manteve estável, em 37 pontos, o que fez o País cair para a 21ª colocação no ranking global. Já no aspecto Profundidade houve alta de 1 ponto, para 7 pontos, o que garantiu melhora para a 130ª posição no ranking, ainda assim bem perto do fim da lista. Entre os quatro tipos de fluxos, a única alteração foi na nota de Informação, que subiu 2 pontos, para 67 pontos. Todos os outros ficaram estáveis: Comércio (49 pontos), Pessoas (40 pontos) e Capital (38 pontos).

Dentro do tópico Informação, o item no qual o Brasil é melhor avaliado é Largura de Banda da Internet, com 42.946 bits por segundo por usuário, o que garantiu a 60ª colocação entre os 140 países analisados. Nesse tópico também são analisados os minutos de ligações telefônicas internacionais e o comércio de publicações impressas. Já o tópico Pessoas avalia fluxos de migrantes, turistas e estudantes internacionais. Em Comércio são consideradas as trocas de bens e produtos, enquanto Capital envolve fluxo e estoque de investimento estrangeiro direto (IED) e investimentos de portfólio em ações.

O aspecto Profundidade também leva em conta fatores estruturais, como PIB per capita (no qual o Brasil figura na 57ª posição), uniformização linguística (87ª posição), distância em relação ao resto do mundo (8ª posição), tamanho da população (5ª posição) e saída para o mar (variável binária).

Mundo

No geral, o ranking mostra que a conectividade mundial melhorou, se recuperando de boa parte das perdas com a crise financeira global. “Após a crise, a globalização ficou cada vez mais sob pressão e as negociações internacionais de comércio enfrentam crescente resistência. Nosso estudo oferece uma análise abrangente sobre a globalização, baseada em dados, que demonstra o enorme potencial para que os países aumentem a conectividade. Eu estou convencido de que um mundo próspero precisa de mais integração, não menos”, diz o executivo-chefe da DHL, Frank Appel.

O estudo mostra uma substancial mudança da atividade econômica em direção aos mercados emergentes, o que puxa o centro gravitacional econômico do mundo para o leste. Também é possível observar que os fluxos de comércio, capital, informação e pessoas se alongaram geograficamente, sinalizando uma queda na tendência de regionalização.

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