Brasília (ABr) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Paramaribo, que o Brasil está disposto a avançar com ousadia, flexibilidade e generosidade para aprofundar as negociações de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e os países do Caribe.
"Vamos estimular negócios e projetos de cooperação que vão além da relação comercial. Fomentaremos a circulação de bens e serviços e buscaremos maior concentração inter-regional em todos os níveis", afirmou o presidente, ao participar, pela manhã, da abertura da XVI Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), na capital do Suriname.
Lula voltou a dizer que as Nações Unidas devem refletir sobre o peso crescente dos países em desenvolvimento nas questões internacionais e defendeu uma nova atitude para as instituições financeiras internacionais que possibilite aos governos realizar mais investimentos em programas sociais e em infra-estrutura produtiva.
O presidente brasileiro manifestou interesse em ampliar a cooperação com os países do Caribe, especialmente nas áreas de capacitação técnica no setor sucro-alcooleiro e na promoção comercial. No discurso, Lula falou também do Haiti. Segundo o presidente, o desarmamento e a manutenção da ordem são essenciais para criar as condições mínimas de segurança para a consolidação institucional do país.
"O Brasil e os demais integrantes sul-americanos da Missão de Estabilização das Nações Unidas querem fazer do Haiti um paradigma de colaboração internacional, baseada na reconciliação política e na reconstrução econômica", afirmou.
Haiti
O presidente lembrou a questão do Haiti em seu discurso na abertura da XVI Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). "Compete ao povo haitiano encontrar soluções para os seus próprios problemas, mas o apoio da comunidade internacional é essencial para que o Haiti reencontre o caminho da superação dos conflitos e dilemas do país", disse Lula.
Lula disse aos representantes de 11 países que "o Brasil está no Haiti motivado pela solidariedade e pela crença na possibilidade de devolver a esperança de paz e justiça aos irmãos haitianos, por meio de um esforço físico coletivo e legítimo sob a chancela das Nações Unidas". E acrescentou: "A colaboração da Caricom é fundamental nesse processo".