O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil mostrou ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que conseguiu quebrar o dogma de que um país não pode crescer distribuindo renda. “É motivo de muito orgulho a gente saber que, num local em que reinava 99% de desconfiança sobre o nosso governo em 2003, termina o mandato (com) eles me escolhendo como estadista global”, afirmou, no programa semanal de rádio “Café com o Presidente”, que foi ao ar hoje. De acordo com Lula, o Brasil mostrou que é possível distribuir renda e crescer ao mesmo tempo.

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Lula também fez uma avaliação da participação na solenidade que assinalou os dez anos do Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre. O presidente enfatizou que o País amadureceu nesta década, assim como o planeta. “Fiquei muito feliz de ter ido ao fórum de Porto Alegre e achei que foi um momento importante da história do movimento social no mundo quando foi criado (o fórum) e agora cada vez mais ele vai se aprimorar, vai amadurecer e acho que isso é bom pra democracia”, disse.

Sobre o Fórum Econômico, o presidente disse que, em 2003, quando ele participou pela primeira vez do evento, havia um grande receio sobre o Brasil e seu governo. Desde então, o que aconteceu no País “pode servir de paradigma”. “Não para (outros países) fazer (em) a mesma coisa, mas para mostrar que é possível os governos começarem a priorizar as políticas de ajudar as pessoas mais pobres.”

Lula disse que “tinha vontade” de ter ido aos dois fóruns, mas que só pôde ir ao Fórum Social, pois, quando se preparava para embarcar rumo a Davos, teve uma crise hipertensiva e precisou ser internado. “Mas o discurso que eu ia fazer (na Suíça) foi lido pelo ministro Celso Amorim (das Relações Exteriores)”, lembrou. Amorim foi encarregado pelo presidente de receber o Prêmio Estadista Global.

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Saúde

Lula encerrou o programa falando da crise de pressão alta e comparando o corpo humano com uma máquina. “Ela pode funcionar bem 80 anos, 40 anos, 30 anos, mas um dia ela pode ter um problema.” O mal-estar que sentiu na semana passada, no Recife, “pode ter sido causado por excesso de trabalho, por uma agenda muito pesada”, afirmou o presidente. Lula disse ainda que, no fim do mandato, não pode começar a “afrouxar a agenda”, pois pode dar a “impressão de que o governo acabou, mas falta um ano”.

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“Eu sou carro-chefe, tenho de trabalhar mesmo, tenho de trabalhar mais, eu tenho de, eu vou me cuidar, mas eu vou trabalhando porque um presidente da República não pode ficar em Brasília, tem de viajar ao Brasil mesmo e percorrer o Brasil, visitar as obras, inaugurar, dar as ordens de serviço. É esse meu papel”, disse. Mas emendou: “obviamente que eu posso fazer isso com um pouco mais de cuidado, é preciso apenas a gente tomar cuidado, mas vou continuar trabalhando, vou continuar viajando.”

O presidente finalizou afirmando que tem uma saúde “muito boa”, mas que não pode “brincar”. “Até o dia 31 de dezembro de 2010, quem tiver trabalhando comigo vai me ver na sua porta batendo e cobrando as coisas, senão as coisas não andam.”