Os ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiram prorrogar por mais seis meses a partir de 1º de julho a vigência da atual lista de exceções do Mercosul para bens de informática e de telecomunicações. A medida, na prática, mantém as tarifas reduzidas de importação para esses itens em relação às alíquotas previstas na Tarifa Externa Comum (TEC), que é cobrada dos produtos importados de países que não fazem parte do Mercosul.

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A decisão de prorrogar a atual lista de exceções para bens de informática foi tomada devido à omissão do governo argentino em negociar nos últimos seis meses a harmonização de suas tarifas para esses produtos com o governo brasileiro. Em princípio, a harmonização deveria ter sido concluída até o próximo dia 31. No entanto, não houve nenhuma reunião do Grupo de alto nível de revisão da TEC neste ano.

"Como ninguém fez nada, o Brasil não pode ficar sem política industrial", afirmou o secretário-executivo da Camex, Mário Mugnaini. "Nossa decisão foi uma forma de pressionar a Argentina a se sentar à mesa de negociação para tratar do tema", completou.

Embora a maior parte da lista de exceção para bens de informática e telecomunicação da Argentina seja similar à brasileira, em alguns itens relevantes a Argentina pretende manter alíquotas de importação mais elevadas.

Pneus

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A Camex decidiu também recomendar à Casa Civil, juntamente com o Ministério de Meio Ambiente e Advocacia Geral da União, que atuem junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em favor da aprovação de uma jurisprudência sobre a proibição da importação de pneus usados pelo País.

A aprovação dessa iniciativa pelo Supremo dará ao governo brasileiro a solução mais rápida à exigência da Organização Mundial do Comércio (OMC) de uma legislação de clara proibição às compras externas de pneus usados e, portanto, para a eliminação da brecha legal que hoje permite essa importação por meio de liminares concedidas pela Justiça. A OMC deu um prazo de 90 dias para o cumprimento dessa exigência. "Não será pressão ao Supremo. É apenas informação sobre a decisão da OMC e para que o Brasil cumpra seus compromissos internacionais", afirmou Mugnaini.

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Segundo ele, os ministros da Camex não trataram da alternativa de encaminhar ao Congresso uma medida provisória ou projeto de lei que defina claramente a proibição a essa importação. "Hoje só se discutiu esse caminho. O plano B não entrou na pauta", afirmou.