O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, afirmou hoje (28) que o Brasil pode ampliar as exportações de frango para o Oriente Médio em cerca de 100 mil toneladas, neste ano. Em 2010, as vendas para a região totalizaram 1,174 milhão de toneladas. “Há muito mercado a ser explorado, como Irã, Iraque, Iêmen e Kuwait que já compram do Brasil, mas têm potencial de crescimento no consumo da proteína”, afirmou o presidente da Ubabef, Francisco Turra, à Agência Estado, por telefone, de Dubai (Emirados Árabes), onde participa da feira de alimentos Gulfood Dubai.
Turra saiu otimista de uma reunião realizada ontem (27) em Dubai com executivos das agroindústrias brasileiras exportadoras de frangos e especialistas em Oriente Médio. “O Iraque é um exemplo de mercado a ser explorado. Em apenas quatro anos, o consumo per capita de frango no país quase dobrou, saltando de 9,8 quilos em 2007 para 17,9 quilos em 2010, com previsão de atingir 18,4 quilos neste ano”, explicou o presidente da Ubabef.
Sobre a Arábia Saudita, maior importadora mundial de frango brasileiro, Turra disse que o governo está parando de subsidiar a produção local, o que abre espaço para as vendas brasileiras. “Nos últimos três anos, nossos embarques para a Arábia Saudita cresceram 150 mil toneladas. Nesse mesmo período, o consumo per capita do país cresceu quase cinco quilos. O Egito também está deixando de produzir localmente devido a casos pontuais de gripe aviária”, declarou o executivo. “Até a Líbia (que vive hoje os conflitos mais violentos na região) pode começar a comprar os produtos brasileiros”. Ele contou ter recebido a visita de intermediários dispostos a vender a carne de frango brasileira à Líbia. “O mercado está aberto, mas não há vendas diretas ao país”, explicou.
O presidente da Ubabef ressaltou que os conflitos em países do Oriente Médio não estão afetando as vendas à região. Ele avaliou que quanto a situação for normalizada, as mudanças decorrentes do encerramento dos conflitos poderão ser benéficas ao Brasil. “O aumento expressivo do preço do petróleo é o fator que permitirá ao exportador de frango do Brasil impor reajuste de preço para compensar a fragilidade do dólar e a elevação dos custos dos insumos. A demanda por alimentos é cada vez maior e os estoques estão em níveis extremamente baixos”, falou Turra. “Estamos acompanhando tudo de perto.”
