O Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, afirmou que o Brasil precisa ter uma estratégia para a China nos próximos anos se quiser deixar de ser apenas um vendedor de produtos de menor valor agregado e elevar o status da sua relação com o país asiático de “relação entre clientes para relação entre parceiros”.
“Para (a relação do Brasil com a China) se tornar realmente uma parceria, em primeiro lugar a estratégia não vai poder estar só do lado da China. A grande pergunta é se nós temos uma estratégia para a China”, disse em participação no seminário “45 Anos das Relações Brasil-China”, organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), no Rio.
Troyjo destacou que a China deverá assumir o lugar de maior economia mundial nos próximos anos, ultrapassando os Estados Unidos e que está passando a uma nova fase, a da China 2.0, calcada no depósito de cada vez mais patentes, aquisição de cadeias de produção transnacionais e emergência de instituições.
Nesse contexto, o secretário do Ministério da Economia enxerga como o grande desafio chinês o investimento infraestrutural. Essa seria uma oportunidade do ponto de vista da relação entre os dois países. Em sua análise, a China tem a necessidade de fazer uma “expansão Keynesiana” de suas empresas de infraestrutura, o que passa pelo desenvolvimento de projetos na América do Sul.