A questão principal para o Brasil neste momento é restaurar a confiança, disse, nesta quarta-feira, 15, o diretor do departamento Financeiro e de Mercado de Capitais do Fundo Monetário Internacional (FMI), José Viñals, em entrevista. Para Viñals, as medidas tomadas recentemente pelo governo brasileiro, como as de consolidação fiscal, em conjunto com outras que ainda precisam ser adotadas, como reformas estruturais, podem levar a um ambiente mais amigável para os negócios, restaurando a confiança dos agentes. “Estas medidas, junto com o sistema financeiro, que é sólido, serão muito importantes para o Brasil lidar com desafios que o País, junto com outros emergentes, está enfrentando”.
Na mesma entrevista, o economista do FMI, Chris Walker, afirmou que o Brasil é um dos países em que as empresas aumentaram os passivos em dólar nos últimos anos, ao redor de 15% do Produto Interno Bruto (PIB). “A boa notícia é que a maior parte tem proteção (hedge)”, disse ele. “A dívida corporativa que está em risco no Brasil é substancial”, afirmou, ressaltando que a capacidade para honrar passivos de algumas corporações brasileiras está desbalanceada. O setor de energia brasileiro passou por choques, ressaltou.
A economia brasileira foi afetada, entre outros fatores, por um choque nos preços das commodities, mas o economista elogiou as medidas tomadas recentemente pelo governo federal para resolver problemas no País. “O ajuste deve colocar a economia em uma rota mais positiva.” Questionado sobre as questões envolvendo a Petrobras, Walker disse que o tema deve ser resolvido pelas autoridades brasileiras.