O Brasil necessita de investimentos da ordem de US$ 500 bilhões de 2001 a 2030 para atender a um crescimento de 3,2% ao ano na demanda de energia, disse ontem o chefe da divisão dos países não-membros da Ásia e da América Latina da AIE (Agência Internacional de Energia), Norio Ehara.
Apesar de destacar o papel do Brasil como receptor de investimentos no setor, Ehara disse que as dificuldades na avaliação dos avanços nas reformas podem prejudicar investimentos futuros. Segundo a agência, a demanda média por gás deve crescer 7% ao ano.
O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), embaixador Sebastião do Rego Barros, também destacou a importância da criação de um marco regulatório para o setor de gás.
Segundo Rego Barros, a ANP está oferecendo o suporte necessário para que o governo defina o marco regulatório do gás. “Tem que ter regulação diferente porque o petróleo é uma commodity”, disse Barros. Entre os aspectos a serem avaliados, eles destacou o regime de acesso aos gasodutos e a verticalização dos agentes.
Barros defendeu a aprovação as PPP (Parcerias Público-Privadas). Segundo ele, esse tipo de parceria já vem sendo utilizada no setor de petróleo. Ele citou o exemplo do gasoduto Brasil-Bolívia e a formação de consórcios para concorrer nas rodadas de licitação de petróleo.
“São garantias necessárias para o ingresso de capitais”, disse barros.
O embaixador e o executivo da AIE participaram ontem de um seminário sobre reformas nos setores elétrico e de gás natural no Rio de Janeiro.