Brasil precisa de investimento para crescer sem inflação

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje (17) que a taxa de investimentos na economia brasileira deverá se manter em 19% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. Segundo ele, esse percentual, que é o mesmo de 2008, ainda não é o suficiente para garantir um “crescimento saudável” da economia.

“Se o Brasil quiser continuar tendo um crescimento saudável, sem pressões inflacionárias, deve elevar a taxa de investimento para 22%, 23% do PIB. Aí podemos garantir um crescimento de 5% ou 6% ao ano sem pressão inflacionária”, afirmou o presidente do BNDES. Coutinho previu ainda que o Brasil deverá crescer em média 4% ao ano até 2012.

De acordo com ele, o país está saindo da crise. Mesmo que cresça pouco em 2009, acrescentou Coutinho, esse percentual deverá ser compensado por taxas mais altas nos próximos anos, de modo a garantir essa média. Nesse ponto, segundo o presidente do BNDES, as empresas públicas, como a Petrobras, vão ter papel decisivo.

O petróleo inclusive, de acordo com Coutinho, é um dos setores que não foi afetado pela crise e que deverá puxar o retorno do crescimento econômico. Além de petróleo e gás, as áreas de energia, habitação e saneamento também estarão à frente dos investimentos, porque dependem de decisões autônomas do governo brasileiro.

“Num segundo momento, esperamos que o agronegócio também comece a retomar com mais firmeza em função da melhora de preços. E, em seguida, esperamos que a partir do fim do ano, especialmente nos próximos dois ou três anos, o investimento privado voltado para a indústria e serviços retome seu vigor”, afirmou.

O presidente do BNDES disse também que espera que a linha de crédito de R$ 3 bilhões, autorizada pelo Congresso e que já está sendo operada pelo sistema bancário para oferecer capital de giro a construtoras que tenham contrato com obras do PAC, “funcione bem”.

Segundo ele, atualmente o BNDES tem R$ 15 bilhões disponíveis para financiar capital de giro, mas o ideal é que o sistema bancário retome o papel de fazer esses empréstimos, já que o BNDES é um “banco para financiamento produtivo”.

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