O Brasil deve crescer menos que o previsto este ano e em 2015 e precisa de reformas para resolver os gargalos da infraestrutura e estimular a atividade econômica. Além disso, o País pode ter que voltar a elevar os juros, caso a pressão inflacionária persista, recomenda o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um documento chamado “Perspectiva Global e Desafios de Políticas”, preparatório para a reunião de ministros e banqueiros centrais do G-20, grupo formado pelos países mais ricos do mundo, que ocorre nos próximos dias 20 e 21 na Austrália.

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Diante dos números fracos da atividade econômica apresentados até o segundo trimestre, o FMI ressalta que o Brasil e a América Latina devem crescer menos que o esperado em 2014 e 2015, mas não cita projeções. A instituição já rebaixou as estimativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no relatório de previsões divulgado em abril, durante a sua reunião de primavera em Washington. Em julho, fez uma atualização das estimativas e voltou a reduzir os números brasileiros. O próximo relatório será divulgado dia 7 de outubro, às vésperas da reunião anual do Fundo.

A estimativa do FMI para o Brasil divulgada em julho previa expansão de 1,3% este ano e 2% no ano que vem, números bem acima das apostas mais recentes. O boletim Focus divulgado esta semana pelo Banco Central, que reúne a média das previsões do mercado, indica avanço de 0,33% este ano.

A falta de investimento e de consumo tem contribuído para números decepcionantes no Brasil, ressalta o FMI no documento de hoje, destacando que a confiança de empresários e dos consumidores vem caindo em meio às eleições. “O crescimento na América Latina permanece abaixo do potencial, principalmente no Brasil”, diz o FMI.

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Emergentes

Os países emergentes como o Brasil, alerta o FMI, precisam se adaptar a um ambiente internacional em transformação que terá juros mais altos em países como os Estados Unidos. Para isso, esses mercados têm que resolver vulnerabilidades. Uma das recomendações é fortalecer o arcabouço de políticas em locais onde a credibilidade está abalada.

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No caso do Brasil, o texto diz que a fraca atividade econômica vai dificultar o cumprimento das metas orçamentárias em 2014. Mesmo assim, o FMI ressalta que trabalhar para entregar a meta de superávit primário com políticas sustentáveis é importante para o Brasil colocar a dívida bruta em trajetória de queda e assim estimular a confiança dos agentes. Com a inflação ainda elevada, o documento destaca que um novo aperto monetário, ou seja, alta dos juros, pode ser necessário caso as expectativas para a inflação piorem.

Em relação a reformas, o FMI recomenda ao Brasil, em particular, que faça mudanças relevantes para reduzir os gargalos na infraestrutura. Reformas estruturais levariam o País a um nível de crescimento mais sustentado, afirma.