Brasília – O Brasil pode sediar, em 2004, o maior e mais importante evento de mercado orgânico do mundo, a Feira Biofach. A cidade alemã de Nuremberg sedia todos os anos, em fevereiro, a feira e, desde 2001, os organizadores decidiram levar o evento a outros países. Japão e Estados Unidos foram os primeiros a receber a feira além da Alemanha e, agora, com a realização da Conferência Biofach, nos próximos dias 25 e 26, no Rio de Janeiro, o governo brasileiro espera ser o terceiro desta lista.

A expectativa é do gerente de Negócios e Comércio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Manoel Vital de Carvalho. Ele acredita que com a realização da conferência, o Brasil pode ganhar a disputa com a Argentina. A Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (cuja sigla em inglês é IFOAM) anunciou em fevereiro, na Feira Biofach de Nuremberg, a decisão de levar o evento a um país da América Latina e os dois principais candidatos são Brasil e Argentina.

Não há dados oficiais sobre o mercado orgânico brasileiro, segundo admite Carvalho. Mas sabe-se, por meio de dados apresentados pelas certificadoras que emitem selos de garantia e qualidade aos produtos orgânicos, que o mercado cresce mais de 50% ao ano no país. “Levando em conta que isso reflete apenas os produtores familiares que certificam sua produção e que a maioria, por não ser associado ou por falta de informação, não a certifica, acreditamos que o crescimento seja maior”, prevê. Pesquisa recente realizada pela certificadora Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento (IBD) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que haja 275,6 mil hectares de área plantada com culturas orgânicas, num total de 14.866 propriedades rurais.

Em outubro, o ministério começará trabalho de mapeamento da produção de orgânicos no Brasil e espera apresentar dados preliminares em dezembro. Carvalho acredita que seja possível fornecer estatísticas sobre o quanto se produz e quantos produtores plantam orgânicos no primeiro levantamento. “Esse trabalho, depois, terá continuidade, e teremos assim uma base de dados para estabelecer que políticas públicas o setor demanda”, concluiu.

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