O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que o Brasil pode precisar de mais alta de juros para conter a inflação. A pressão de preços permanece e pode ser reforçada, destaca o relatório “Perspectiva Econômica Global”, divulgado nesta terça-feira, 8, que também recomenda ajustes fiscais no País, investimento em infraestrutura e mais seletividade nas intervenções do mercado de câmbio.
“Apesar de as taxas terem sido elevadas em muitos países no último ano, aperto adicional pode ser necessário para combater a inflação”, destaca o relatório ao falar de política monetária, mencionando Brasil, Índia e Indonésia. É nestes países que a pressão para a alta de preços se mantém e pode ser reforçada.
O Fundo recomenda “aperto de políticas” no Brasil além dos ajustes fiscais já citados. A consolidação fiscal, destaca o relatório, ajudaria a reduzir pressões da demanda doméstica e diminuir os desequilíbrios externos. O ajuste também seria útil para baixar a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB). Em relação à infraestrutura, o FMI recomenda que o País resolva os estrangulamentos.
No caso do mercado de câmbio, o FMI recomenda “intervenções mais seletivas”, usadas principalmente para limitar a volatilidade do real e prevenir “condições desordenadas no mercado”.
Países com desequilíbrios em indicadores macroeconômicos tendem a ser mais afetados pela normalização da política monetária nos países desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos, destaca o Fundo. Os investidores estrangeiros estão mais atentos e sensíveis às vulnerabilidades dos emergentes e às fraquezas da política econômica. Além da expectativa de os juros voltarem a subir nos EUA e outros países desenvolvidos, as perspectivas de crescimento para estas economias é de aceleração, enquanto os emergentes devem ter avanços mais modestos, destaca o FMI.