Brasil pode aceitar salvaguarda argentina

O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, sinalizou que o Brasil poderá aceitar, amanhã, a adoção de medidas de salvaguarda comercial propostas pelo ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna. "Não deveríamos nos assustar com alternativas temporárias, se tivéssemos claro que são temporárias, que visam a objetivos maiores, como a estratégia de construção do Mercosul", afirmou Garcia, em Buenos Aires, onde participou da Reunião de Cúpula das Mercocidades.

O Brasil recebeu o pedido há quatro meses e ainda não deu resposta. Lavagna argumenta que é necessário combater as assimetrias entre os dois países e proteger as áreas sensíveis da indústria argentina – eletrodomésticos, têxteis e calçados, sobretudo.

No mês passado, na segunda reunião da Coalizão Empresarial Brasil-Argentina, em Buenos Aires, o chanceler Celso Amorim afirmou que os pedidos de Lavagna estavam sendo "seriamente" estudados, mas que o Brasil não iria aceitar "tudo".

Anteontem, Garcia disse que "essa questão tem um nível técnico, e outro, político". O assessor afirmou que há "evidentes distorções do ponto de vista dos empresários brasileiros e do ponto de vista dos empresários argentinos" nas disputas comerciais.

As rodadas de negociação feitas nesta semana entre os setores privados dos dois países para a exportação brasileira de televisores e lavadoras em 2005 terminaram sem acordo. A Argentina propôs diminuir o percentual de participação do Brasil, cujo setor privado não concordou.

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