O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual na quarta-feira (21), e deixar a porta aberta para uma nova alta, de 0,25 ponto porcentual ou 0,50 ponto porcentual em março, segundo avalia a equipe do Brasil Plural, comandada por Mário Mesquita. Para os analistas, o atual ciclo de aperto deve terminar com a Selic entre 12,5% e 13%. “A esta altura, nós reconhecemos que 12,5% é um patamar mais provável para o fim do ciclo do que 13%, mas essa avaliação pode mudar de acordo com os dados”, dizem em relatório.
Segundo o banco, apesar da recente queda acentuada nos preços do petróleo e da avaliação geral de que a recuperação da economia global pode estar ameaçada, seria difícil o Copom não elevar a Selic em 0,50 pp na reunião desta semana, em função da linguagem dura usada nos documentos recentes. Mesmo assim, dizem os analistas, será interessante ver se e como o BC começa a incluir essa mudança no cenário global nas suas deliberações, assim como o considerável aperto fiscal que tem sido promovido pelo governo.
O Brasil Plural também aponta que a possibilidade de racionamento de energia deve provavelmente entrar nas discussões do Copom, mas talvez não apareça dos documentos oficiais.
Os analistas indicam que o Copom pode rever suas projeções para a inflação em breve, já que no RTI do quarto trimestre o câmbio usado para o fim de 2015 é de R$ 2,55 no cenário base e R$ 2,68 no cenário de mercado. Na segunda-feira, 19, o dólar à vista no balcão fechou a R$ 2,65.
Além disso, o cenário base prevê um reajuste de 6,2% nos preços administrados, enquanto o mercado espera alta de 8,2%. “Assim, isoladamente, a atualização da estimativa do BC para os preços monitorados para o nível embutido nas expectativas de mercado acrescentaria quase 0,5 pp para a previsão de inflação em 2015, elevando-a para 6,5%-6,6%”.