O Brasil caiu duas posições no relatório Doing Business (Fazendo Negócios) do Banco Mundial (Bird), que avalia a facilidade de se fazer negócios em um país. Em um ano em que o mundo aumentou em 20% o número de reformas para desburocratizar o ambiente de negócios, o Brasil caiu da 127ª para a 129ª posição no ranking com 183 países. Segundo o Bird, o Brasil fez apenas uma reforma positiva entre julho de 2008 e junho de 2009, no sistema de alvarás da Prefeitura de São Paulo para novos empreendimentos, que reduziu de 152 para 120 dias o tempo necessário para se abrir uma empresa na cidade.
Mas o País continuou na liderança dos que complicam a vida das empresas em vários quesitos: o Brasil é o país que exige o maior número de procedimentos para abrir uma empresa (16) – a média na América Latina são 10,8, e na Nova Zelândia, o país mais “fácil”, basta um. O Brasil ainda é um dos lugares onde há mais demora para se abrir um negócio (120 dias). Na Nova Zelândia, leva-se só um dia. Na América Latina, em média, são 45,5 dias. O Brasil também lidera em número de procedimentos necessários para se registrar uma propriedade (14) e números de horas gastas para pagar impostos (2600, ou 108 dias). Para conseguir um alvará de construção são necessários 411 dias no Brasil. Em Cingapura, são só 25 e na América Latina, em média, 211.
“O Brasil está na lanterninha da região. Na América do Sul, só perde para Bolívia e Venezuela”, diz Rita Ramalho, economista do Bird que trabalha no projeto. “O País fez apenas uma reforma que diminuiu o tempo de abertura de uma empresa de cinco para quatro meses, o que ainda é muito.” Ela faz a ressalva de que o Doing Business avalia apenas a maior cidade de cada país, no caso do Brasil, São Paulo. “Portanto, não são contabilizadas reformas que possam ter ocorrido em outras.”