O Brasil está perto de se tornar o maior exportador mundial de frango em termos de volume e de receita, segundo estimativas da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef). De acordo com a entidade, as exportações deverão atingir 2,2 milhões de toneladas até dezembro, volume entre 8% e 10% acima do registrado no ano passado. O resultado conduziria a um faturamento de US$ 2,35 bilhões, cifra de 15% a 20% superior à de 2003.
Para o diretor-executivo da Abef, Cláudio Martins, as vantagens competitivas do frango brasileiro, como o baixo custo de produção e a boa qualidade, conquistaram a preferência dos compradores estrangeiros. Durante o 6.º Congresso Brasileiro de Agribusiness, que terminou ontem no centro de convenções do Riocentro (RJ), Martins comparou o perfil das exportações ante o maior competidor mundial, os Estados Unidos, e observou que o esforço do empresariado do setor está sendo finalmente recompensado.
“Diferente do que ocorre nos Estados Unidos, o frango brasileiro nunca foi subsidiado pelo governo”, observou. Segundo dados da Abef, as exportações em julho somaram 206 mil toneladas com crescimento de 52% ante julho de 2003. A receita atingiu US$ 224,5 milhões, um aumento de 76% ante julho do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, as exportações chegaram a 1,340 milhão de toneladas, 25,5% acima do verificado nos primeiros sete meses de 2003. Já a receita somou US$ 1,453 bilhão, cifra 58% acima do registrado de janeiro a julho de 2003.
Consumo interno
Martins disse que o consumo interno de frango mostra tendência crescente. A expectativa da Abef é de que a demanda suba 4,5% ante 2003, atingindo 6,271 milhões de toneladas ao ano. Ele observou que o crescimento demográfico do País, aliado à sinalização de um possível aumento na distribuição de renda do trabalhador, deve garantir à indústria um bom nicho de mercado nos próximos anos. Martins calcula que, em 2010, o consumo anual brasileiro de carne de frango poderá atingir 7,4 milhões de toneladas.