O Brasil negociará um acordo com o México para a criação de uma Área de Livre Comércio entre os dois países, informou hoje a secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Lytha Spíndola.
Uma delegação do governo brasileiro coordenada pelo Itamaraty parte amanhã para a Cidade do México para apresentar as bases da proposta brasileira. As premissas da negociação foram discutidas na reunião de hoje da Camex.
O Brasil está de olho, sobretudo, no mercado de alimentos. O México é hoje o sexto maior importador de alimentos do mundo e já dá vantagens tarifárias para uma rede grande de países, inclusive ao Uruguai, parceiro do Brasil no Mercosul.
Segundo a secretária-executiva, o maior interesse do setor empresarial brasileiro nas negociações internacionais é de que o Brasil feche um acordo com o México. “Queremos fazer um acordo mais abrangente de redução de tarifas para uma parte substancial, ou para a totalidade dos produtos”, disse a secretária.
Segundo ela, o fechamento de um acordo bilateral para a criação de uma Área de Livre Comércio está amparado nas regras da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi).
O Brasil tem hoje um acordo de livre comércio com o México somente para automóveis. Para uma lista de 800 produtos, há um acordo desde 2001 de redução de tarifas.
“O Brasil tem interesse de oferecer uma proposta bastante forte”, disse a secretária. Segundo ela, a expectativa é de que o acordo seja concluído em, no máximo, um ano.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, há um interesse especial do Ministério da Agricultura em vender produtos lácteos e suínos aos mexicanos. Barral destacou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) incluiu um acordo com o México na sua lista de prioridades.