O novo ministro das Comunicações, Hélio Costa, descartou a possibilidade de criação de um padrão brasileiro de TV digital. A idéia de desenvolver um padrão próprio no País foi defendida pelo primeiro ministro das Comunicações do governo Lula, Miro Teixeira. ?Lamentavelmente eu confesso que nós não temos condições de fazer um padrão digital?, disse o ministro, ontem, ao comentar que desenvolver um padrão tecnológico próprio seria como ?reinventar a roda?.
Segundo Costa, o padrão norte-americano custou cerca de US$ 2,8 bilhões e o japonês, US$ 3 bilhões. Por isso, o Brasil não teria condições de fazer o investimento.
O ministro pretende organizar nos próximos dois meses um encontro com os ministros da área de comunicações de todo o hemisfério. Segundo ele, é preciso discutir o assunto de forma ampla na principalmente porque o Brasil provavelmente irá influenciar grande parte da América Latina.
?Como principal País do bloco latino-americano, tenho a impressão de que, ao decidir, o Brasil possa marcar a decisão da América Latina?, avaliou.
Além do debate com os ministros, Costa também voltará a negociar com os representantes dos padrões norte-americano (ATSC, que privilegia a alta definição), japonês (ISDB, também focado na alta definição com recepção móvel e portátil) e o europeu (DVB, com foco na multiprogramação, interatividade e novos serviços).
O ministro sinalizou ainda que a escolha brasileira tenderá a não privilegiar a alta definição imediatamente, e que deverá destacar a função social e educacional da nova tecnologia. ?Não é necessariamente o que nós vamos fazer amanhã?, afirmou referindo-se à recepção em alta definição.
Software livre
Hélio Costa vê com cautela o uso de software livre no governo. Ele disse que tem ?algumas preocupações? com relação ao tema e diz que o assunto precisa ser melhor analisado. ?O que me deixa preocupado é a manutenção?, disse o ministro, que determinou a suspensão de todas as licitações em curso no ministério para tomar conhecimento de cada processo.