Buenos Aires (AE) – O governo brasileiro reiterou ao argentino que não aceita novas restrições para as exportações brasileiras de calçados e eletrodomésticos, segundo o secretário-executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, quem manteve reunião em Buenos Aires, anteontem e ontem, com o secretário de Indústria da Argentina, Miguel Peirano.
?A Argentina defende sua posição de renovar os acordos de autolimitação por parte dos empresários brasileiros, e nós mantemos nossa postura contrária a essa proposta?, afirmou Ramalho antes de embarcar de volta a Brasília, na saída da Secretaria de Indústria. Segundo ele, os setores privados de ambos os países continuarão negociando um consenso sobre as diferenças em reunião a ser realizada no próximo dia 15 de novembro, no Brasil.
?Mas nós acreditamos que já demos uma contribuição importante para a recuperação da indústria argentina ao aceitar os acordos anteriores que limitaram nossas exportações para esse país?, explicou Ramalho, completando que com os atuais níveis de crescimento da indústria local, ?não tem mais sentido uma autolimitação brasileira de suas exportações.?
Os acordos dos setores de eletrodomésticos (máquinas de lavar roupa, fogões e geladeiras) e de calçados do Brasil que limitavam as vendas para o mercado argentino expiraram em junho último. Desde então, os empresários argentinos, com o apoio do governo de Néstor Kirchner, vêm insistindo em renovar essas cotas para os produtos brasileiros. Mas os industriais brasileiros não estão de acordo com as cotas porque o Brasil estaria perdendo mercado na Argentina para terceiros países.
No caso dos calçados, ?o secretário Peirano ofereceu manter 75% do total das importações argentinas de calçados para os produtos brasileiros, mas a cifra exata ainda está sendo discutida?, informou Ramalho. Pelo acordo anterior, os calçadistas brasileiros aceitaram exportar 13 milhões de pares anuais.
