Brasil lidera queda de confiança na pesquisa Markit

O Brasil foi o País que sofreu a maior queda da confiança empresarial em pesquisa semestral realizada pela consultoria Markit em 15 grandes mercados e blocos econômicos. O estudo feito com 6.100 entrevistados em outubro mostrou deterioração da confiança tanto para a atividade no setor industrial como em serviços no País.

A cada seis meses, a consultoria Markit entrevista mais de 6 mil executivos sobre as perspectivas da atividade no mundo. Na nova rodada de entrevistas do levantamento “Global Business Outlook”, a falta de confiança com o Brasil ficou explícita: o País sofreu a queda mais significativa da confiança entre todos os mercados pesquisados.

Em junho, o grupo de entrevistados que esperavam melhora da atividade empresarial nos 12 meses à frente no Brasil era 73 pontos maior que a ala de pessimistas que apostavam em piora. Agora, de acordo com a pesquisa feita em outubro, o indicador do Brasil caiu para 44 pontos. Isso quer dizer que um a cada três ouvidos deixou de estar otimista com o País. Com esse recuo, o dado sobre a perspectiva da atividade empresarial no Brasil retornou ao mesmo patamar visto em outubro de 2010 e junho de 2011 que também é o menor dado da série histórica iniciada em 2009.

Por componente, a expectativa para a atividade no setor industrial caiu de 39 pontos em junho para 27 pontos em outubro – a pior leitura desde janeiro de 2009, quando o indicador estava negativo em 3 pontos. Para o segmento de serviços, o indicador caiu de 88 pontos para 51 pontos no mesmo período – o mais baixo patamar desde junho de 2011, quando estava em 46 pontos.

Lucro e emprego

A pesquisa mostrou também que a forte deterioração do cenário empresarial no Brasil é explicada pela aposta de que os principais indicadores das empresas não devem melhorar como o esperado há alguns trimestres. De acordo com o levantamento, a perspectiva para o lucro, emprego e investimento corporativo no País caiu para o pior patamar da série histórica.

As respostas neste quesito são divididas entre entrevistados que esperam melhora e entre os que preveem piora. Por esse critério, o universo de otimistas com o lucro das empresas no Brasil superava o grupo dos pessimistas em 44 pontos em junho. Em outubro, o número caiu para 9 pontos. Isso quer dizer que a ala de otimistas com o lucro diminuiu em 80% desde junho.

No emprego, a expectativa seguiu a mesma tendência do lucro e a vantagem do grupo dos otimistas caiu de 23 pontos para 7 pontos em seis meses. Ainda mais preocupante é a retração vista nas perspectivas para o investimento. O indicador entre as empresas que operam no Brasil caiu de 25 pontos em junho para 2 em outubro. Isso quer dizer que o grupo dos que esperam que o investimento crescerá nos próximos 12 meses é praticamente idêntico ao universo que prevê queda dos volumes no próximo ano.

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