O Brasil lidera o número de investigações de defesa comercial adotados em 2010 e iniciou um de cada quatro processos antidumping no mundo neste ano. Os números foram apresentados ontem pela Organização Mundial do Comércio, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em um relatório enviado ao G-20 sobre o protecionismo no mundo.
Apesar de se queixar das barreiras que seus produtos enfrentam no mundo, o governo brasileiro começou a investigar a prática de dumping em 24 produtos entre janeiro e setembro de 2010. Entre os países do G-20 – que reúne as 20 maiores economias do mundo -, apenas a Índia superou o Brasil.
Há duas semanas, a União Europeia preparou seu próprio relatório indicando as medidas protecionistas adotadas por diversos países. Bruxelas indicou o Brasil como um dos mais ativos. O governo brasileiro, porém, minimizou o relatório, chamando a UE de “cínica” diante da quantidade de medidas criadas por Bruxelas. O relatório da OMC foi produzido para mapear o protecionismo no mundo e servir de base para as discussões do G-20 na semana que vem em Seul, na Coreia do Sul.
Para a OMC, os países têm resistido ao protecionismo. As entidades alertam agora, no entanto, que a “guerra cambial” pode mudar esse cenário, já que a desvalorização de algumas moedas cria pressão por retaliações. A constatação das organizações é de que, desde outubro de 2008, quando a crise eclodiu, 381 medidas restritivas de comércio foram adotadas por países do G-20. O volume do comércio afetado foi de 1,8%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.