A Brasil Insurance, holding de corretoras de seguros, desacelerou o seu apetite para aquisições e está debruçada na integração das 52 unidades que formam a companhia, segundo Miguel Longo Junior, diretor Financeiro e de Controle e Diretor de Relação com Investidores. Mais do que comprar novas corretoras, o grande desafio da empresa é integrar as existentes, conforme o executivo.
Embora esse processo não seja concluído neste ano, para 2015, de acordo com Longo, a Brasil Insurance pode voltar a retomar um ritmo mais acelerado de aquisições. Este ano, a Brasil Insurance adquiriu 99,90% da I.S.M. Corretora de Seguros, a 52ª empresa do grupo e com sede em São Paulo, por R$ 18 milhões, sendo 40% pagos em dinheiro e 60% em ações da Brasil Insurance.
“Não mudamos de estratégia de aquisição que faz parte do nosso negócio. Há negociações em curso. Pode acontecer alguma aquisição ainda em 2014, mas o nosso foco é integração, processo este que acreditamos que vai agregar no longo prazo mais valor para a empresa”, afirma Longo, em entrevista ao Broadcast.
Segundo ele, a Brasil Insurance está mais “seletiva” e “crítica” quanto aos processos de due dilligence (auditoria) para as próximas aquisições. Essa postura é reflexo, de acordo com o executivo, não só da aprendizagem obtida com as corretoras compradas. Pesou ainda, conforme o executivo da Brasil Insurance, o caso da 4K Seguros, que tinha mais de 90% do seu resultado concentrado em apenas um cliente e com a perda deste contrato teve sua performance prejudicada.
No primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido contábil da Brasil Insurance teve declínio de 69,7% ante o mesmo período do ano anterior, para R$ 8,304 milhões. A forte queda no resultado pode ser explicada, conforme Longo, pelo prejuízo contábil de cerca de R$ 11 milhões por conta da renegociação do contrato de garantia de performance junto à 4k Seguros. Ele explica que quando a corretora foi adquirida, estava previsto que a corretora daria lucro líquido de R$ 27 milhões entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro trimestre deste ano. Entretanto, esse desempenho foi impactado pela perda de contrato.
Apesar disso, Longo garante que a renegociação do contrato foi “bastante favorável” para os acionistas a despeito do prejuízo contábil e que não deve ocorrer novamente no segundo trimestre. Acrescenta ainda que não existe outro caso similar ao da 4k Seguros que possa gerar novos prejuízos para a Brasil Insurance devido à perda de contrato.
Além do foco em integração e crescimento orgânico, a holding de corretoras de seguros segue debruçada no projeto de unificação do seu modelo de negócios e de seus processos iniciado junto à consultoria Falconi em julho do ano passado e batizado de “projeto evolução”. “Queremos criar um conceito de centro de serviços compartilhados”, resume Longo.
A alteração no comando da Brasil Insurance, na visão do executivo, deve agregar para as mudanças que estão ocorrendo na companhia. Hoje, Edward Lange, que foi presidente e CEO da seguradora Allianz no Brasil, assume o cargo de diretor-presidente. Antonio José Lemos Ramos, conhecido como Tuca, passou para o Conselho de Administração, que reúne ao todo cinco membros. Além de Tuca, são Fabio Franchini, fundador da Promove Corretora, e os membros independentes Miguel Roberto Gherrize, com passagem na Ernest&Young, David Peter Trezies, vindo da corretora Marsh, e Farid Eid Filho, que foi presidente da seguradora ACE no Brasil. Na bolsa, as ações da Brasil Insurance vêm sofrendo desvalorização. Em maio, acumulam queda de quase 13%. Neste ano, já caíram mais de 52%.