O Ministério das Relações Exteriores impôs dois limites claros à sua boa vontade de tratar com o governo boliviano sobre as licenças prévias para a construção das usinas hidrelétricas de Jirau e de Santo Antônio, no Rio Madeira: não aceitará barganhas nem discutirá o tema em nível ministerial.
Em carta endereçada ontem à chancelaria boliviana, o ministro Celso Amorim assinalou a disposição brasileira de repetir todas as informações já fornecidas à Bolívia sobre ambos os projetos. Mas cerceou a politização da questão ao sugerir uma reunião do grupo de trabalho bilateral sobre temas ambientais no período de 23 a 27 de julho, em Brasília.
Ontem, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, confirmou que a resposta ao governo Evo Morales seria encaminhada pelo Itamaraty. ?O governo brasileiro vai se manifestar no momento oportuno. O Brasil nunca rejeitou reuniões e acredita que o diálogo é a melhor estratégia, mas é preciso haver fundamento para que a reunião ocorra?, disse Dilma.
O governo brasileiro pretende evitar que um possível sinal de paz da Bolívia seja visto como barganha, condicionada ao compromisso do Brasil de levar adiante o projeto boliviano de construção de uma usina binacional na fronteira e de outra hidrelétrica, no interior do país.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo