Foto: Arquivo/Agência Brasil |
Luiz Fernando Furlan: apoio a exportadores. continua após a publicidade |
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, disse ontem que o Brasil está próximo de chegar a uma taxa de juros real de um dígito. O ministro, que participou de um café da manhã promovido pela Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, disse ainda que está confiante de que as condições de competitividade do custo financeiro no País ?só tendem a melhorar?.
?Acho que o Brasil está próximo de ter uma taxa de um dígito?, afirmou o ministro, em resposta à perguntas de participantes do evento, após uma palestra onde falou sobre a relação comercial entre Brasil e Reino Unido.
Durante apresentação, Furlan também fez algumas colocações sobre a inflação, ressaltando que o Brasil está diante de uma geração inteira de jovens que não tem consciência das dificuldades atravessadas no País nos tempos de inflação alta. ?Já começamos a ter uma nova geração – e esses jovens já são eleitores – que não tem consciência do longo período inflacionário que o Brasil passou?, disse o ministro. ?Agora nós temos uma situação inusitada em que os preços caem.?
Ainda em sua palestra, o ministro admitiu que o Brasil possui gargalos significativos relacionados à infra-estrutura e admitiu que o País ainda está tentando aprender a conviver com a valorização de sua moeda. Neste último caso, segundo ele, o Brasil poderia se inspirar em experiências de mercados como o Reino Unido. ?O Brasil precisa aprender.?
Exportações
O ministro afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o governo busque mecanismos que ajudem setores exportadores que têm enfrentado dificuldades com a valorização do real a manterem as exportações em alta. Segundo ele, diversas medidas já começam a ser conduzidas em áreas como calçados e automóveis.
?Há uma determinação do presidente de que, para os setores que estão enfrentado concretamente dificuldades de competir no exterior, nós precisamos encontrar mecanismos que dêem suporte para que as exportações continuem?, afirmou o ministro.
Por enquanto, segundo Furlan, estão sendo aplicadas, por exemplo medidas de cunho creditício como redução de spreads. No setor calçadista, Furlan destacou o financiamento de capital de giro. No setor automotivo, uma das medidas citadas pelo ministro foi a aprovação pelo BNDES de uma linha de crédito no valor de R$ 500 milhões.
Furlan disse estar se reunindo com representantes de diversas áreas ao longo das últimas semanas. O grupo, além de executivos de setores automotivo e calçadista, inclui ainda áreas como móveis e confecções.