São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta sexta-feira (17) que o Brasil está no ?clube dos países sólidos?, porque tem reservas "abundantes", contas públicas equilibradas e superávit em conta corrente e comercial.
?Há fuga de capitais de alguns ativos, porém a entrada compensa a saída", ponderou. "Não há porque afetar a atividade [econômica] real ?.
As condições econômicas do país, segundo ele, protegem o Brasil da crise financeira que se instalou no mercado imobiliário dos Estados Unidos nas últimas semanas e que tem derrubado as bolsas de valores em vários países do mundo.
Para o ministro, a volatilidade externa deve continuar por algum tempo, mas o Brasil não dá demonstrações de estar sentindo a crise. ?Eu digo isso porque estamos monitorando o mercado de títulos e cambial e estamos tranqüilos porque os mercados estão equilibrados?.
Em relação à elevação do dólar frente ao real, ele disse que isso estimula o setor manufatureiro e dá mais competitividade ao setor, por isso não afetará a economia.
?Não é só o dólar que ajuda a inflação. Ela é ajudada por vários fatores: redução dos preços administrados, equilíbrio fiscal do governo. Tanto que nossa inflação está muito comportada. Achar que uma pequena oscilação do dólar vai causar inflação é exagero e precipitação?.
Na avaliação dele, as turbulências servem para testar a solidez dos países: se não estiverem sólidos, sofrerão e poderão ter repercussão do ponto de vista real.
?Países que têm déficit em transações correntes, que não têm saldo comercial favorável e que não possuam reservas suficientes deverão elevar a taxa de juros, segurar capitais que estarão em fuga. Portanto, serão prejudicados".
A crise financeira internacional, reforçou o ministro, ainda não atingiu a economia real do Brasil. ?Nos outros países, eu não vejo que tenha chegado na economia real. Ainda é uma turbulência circunscrita ao mercado financeiro. É normal que, nesses momentos de turbulência, todos os ativos flexíveis, como a Bolsa de Valores, mercados de futuros e de derivativos, se movimentem muito. Faz parte desses mercados funcionarem com um risco maior?.
As afirmações foram feitas hoje (17), depois do encontro com o grupo de trabalho da Reforma Tributária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
