A elevação do país a grau de investimento em 2008, conferida pela agência de avaliação de risco Standard & Poor’s, demonstra que o Brasil está mais bem preparado para enfrentar a crise internacional do que muitas outras nações.

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A análise é do diretor de ratings soberanos da Standard & Poor’s, Sebastian Briozzo, feita em entrevista à Agência Brasil. Briozzo, que faz o acompanhamento do risco soberano do país, acredita, no entanto, que não haverá mudança na classificação de rating do país em 2009.”A crise é ainda muito importante e os desafios vão ser bem grandes no ano que vem”, destacou.

Segundo ele, é preciso observar quais serão as respostas de política econômica do Brasil aos desafios gerados pela crise nos campos financeiro, fiscal, monetário.

Para elevar ainda mais o grau de investimento, ele disse ser necessário que o Brasil dê continuidade aos avanços realizados até agora. Entre eles, citou os compromissos das autoridades com “políticas macro-econômicas prudentes e pragmáticas, que eram importantes no passado e são ainda mais importantes agora, com esse mundo que tem tantas incertezas, se a economia global vai crescer muito pouco, ou nada”, manifestou.

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Comparado com outros países de rating semelhante, o Brasil ainda possui fraquezas no âmbito fiscal. Briozzo analisou que a dívida ainda é muito elevada no país e há falta de flexibilidade.

“Se o foco da política econômica fosse posto aí, seria mais fácil para o rating do Brasil aumentar daqui em diante”, opinou. Para ele, isso permitiria ao país ter mais flexibilidade para enfrentar os períodos de incertezas e problemas globais que vão continuar acontecendo no futuro. “A gente vai sair dessa [crise] aqui. Mas, no futuro, não sei quando, outras crises poderão acontecer, porque a economia global ocorre em ciclos”.

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Na opinião de Briozzo, as reformas estruturais, com destaque para a reforma tributária, que constituem um grande pleito do empresariado brasileiro, são também um elemento positivo para a melhoria da avaliação do risco do país.