Brasília – O Brasil espera fechar na próxima semana as negociações para elevar de 20% para 35% a Tarifa Externa Comum (TEC) aplicada pelo Mercosul sobre produtos como calçados e confecções importados de países de fora do bloco.
Na terça-feira (17), técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e dirigentes da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) devem se reunir com técnicos e representantes da indústria uruguaia em Montevidéu (Uruguai). É o que informa a assessoria do MDIC, cujo secretário-executivo, Ivan Ramalho, está responsável pelas negociações.
Na última segunda-feira (9), um encontro semelhante, em Assunção, fechou acordo com o Paraguai sobre a questão. Na reunião da próxima semana, os representantes brasileiros devem fazer uma apresentação dos setores no Brasil e as razões que levaram o país a pedir o aumento da tarifa.
Caso a reunião no Uruguai tenha o mesmo resultado que a desta semana, não será necessária uma reunião do Conselho do Mercado Comum para que ela entre em vigor. Segundo a assessoria do MDIC, basta uma reunião eletrônica entre os ministros dos quatro países-membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), na qual todos manifestem estar de acordo com a proposta.
O aumento dos impostos de importação para calçados e confecções foi aprovado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) em abril, para ajudar a indústria brasileira a enfrentar a concorrência dos produtos importados a um custo baixo devido à valorização do real em relação ao dólar – o que dificulta também as exportações brasileiras. Para entrar em vigor, a tarifa de 35%, a mais alta possível no Mercosul, precisaria ser aprovada pelo Conselho do Mercado Comum, mas foi rejeitada na reunião no final de junho por Paraguai e Uruguai.