Brasil é segundo em desempregados

São Paulo (AE) – O Brasil tem a segunda maior população de desempregados do mundo, com 11,454 milhões de pessoas, ficando atrás apenas da Índia, com 41,344 milhões. A revelação está no estudo “Globalização e Desemprego: Breve Balanço da Inserção Brasileira”, realizado pelo secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo, o economista Márcio Pochmann, e divulgado ontem (28).

O Brasil fica à frente de países como Rússia (terceiro, com 7,395 milhões), China (quarto, com 5,950 milhões) e Indonésia (quinto, com 5,872 milhões). Estados Unidos (5,655 milhões), Alemanha (3,685 milhões) e Japão (com 3,2 milhões) fecham o grupo das oito maiores populações de desempregados do mundo.

O trabalho é baseado em números do ano 2000, coletados em fontes como Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização da Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), Organização das Nações Unidas (ONU), Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial, Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Em 1980, o Brasil era o nono desse ranking, com cerca de 1 milhão de desempregados. Em 1990, caiu para sexta posição com 2,368 milhões e, em 1995, ficou em quinto, com 4,510 milhões.

Nesse ranking, têm as piores estatísticas os países com maiores populações, onde o desemprego, ainda que porcentualmente pequeno, atinge grande número de pessoas.

Piora

Segundo o estudo, em 1980 o Brasil tinha 2,6% da População Economicamente Ativa (PEA) do mundo, mas contava apenas com 1,7% do desemprego mundial. Até o ano 2000, a PEA do Brasil cresceu pouco, para 3% da força de trabalho do mundo. No entanto, no mesmo período, o desemprego teve crescimento bem mais acelerado: hoje o País responde por 7% do desemprego mundial.

O Brasil só melhora nas estatísticas quando é considerada a taxa de desemprego aberta (segundo o IBGE, é aquela que considera os desempregados que procuraram trabalho durante uma semana). Nesse ranking, o País é o 23.º, com taxa de desemprego de 15%.

Diferentemente do outro ranking, que tinha países desenvolvidos nas piores posições, neste apenas a Espanha (27.º, com 14,1%), aparece entre os 30 com piores estatísticas. Macedônia (53,7%), Zâmbia (47,9%) e Zimbábue (46,5%) são os três primeiros da lista. A 23.ª posição do Brasil é, porém, muito pior do que era em 1980, quando o País ficou em 91º com 2,2% de desemprego aberto, e do que em 1990, quando caiu para 78.º, com 3%.

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