Brasil é o 1º no mundo em reação após apagão, diz ONS

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta quarta-feira, 11, que o relatório final sobre o apagão do Nordeste, ocorrido no fim de agosto, ainda não foi concluído, apesar de já terem sido identificadas a origem, as causas e as consequências do problema.

“Ainda faltam algumas análises mais específicas para a conclusão do relatório. Apesar de ser uma coisa desagradável, você pode aprender com esses eventos, disse Chipp, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.

Ele destacou que o Brasil está em primeiro lugar no mundo na recomposição de fornecimento de energia em apagões de grandes proporções. No caso do apagão no Nordeste, o retorno ocorreu em poucas horas, enquanto em uma ocorrência recente no Canadá teria havido mais de 24 horas de demora.

“Em uma hora, cerca de 30% da carga já havia sido restabelecida e em três horas e meia mais 90% da carga já estava normalizada. Em um apagão semelhante ocorrido no Nordeste em 2011, o tempo de restabelecimento foi de cinco horas. Já diminuímos duas horas e é possível reduzir mais”, completou.

Duas linhas

Para Chipp, a Região Nordeste deverá, em breve, passar por uma atualização para que o sistema aguente a queda simultânea de duas linhas de transmissão, como aconteceu em agosto.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcio Zimmermann, acredita que o apagão não teria ocorrido se apenas uma linha da região tivesse sido afetada pelas queimadas. “O sistema é planejado para suportar a perda de apenas uma linha no Nordeste. No caso, houve problema em duas”, explicou.

O secretário destacou ainda que o setor elétrico no Brasil é bastante regulado e tem mecanismos que atuam “sempre que há qualquer desvio em relação ao programado”. “Um país em desenvolvimento é diferente de um país europeu, que mantém a mesma carga há 20 anos. No Brasil, a demanda aumenta cerca de 5% por ano, o que exige planejamento”, acrescentou. Segundo Zimmermann, o sistema brasileiro tem condições de continuar evoluindo. “Sistemas não são perfeitos, precisam de melhorias contínuas”, completou.

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