Brasil é exceção na América Latina, diz Royal Bank

A América Latina vive um bom momento econômico. Crescimento, fluxo positivo de capitais estrangeiros e novos investimentos produtivos criam boas perspectivas para 2013. Mas há uma exceção: o Brasil. A opinião é do banco Royal Bank of Scotland, o RBS. “O ciclo de negócios na região vive um momento positivo, exceto para o Brasil”, dizem os economistas Flavia Cattan-Naslausky e Felipe Hernandez.

Para o britânico RBS, o Brasil está perdendo a onda da recuperação econômica da América Latina por uma mistura ruim de atividade fraca, inflação alta e decisões equivocadas da equipe econômica. Para os dois economistas, Brasília foi “intervencionista” e anunciou algumas ações “conflitantes” recentemente.

“No Brasil, há fraco crescimento da economia combinado com inflação em ascensão”, dizem em análise sobre a América Latina divulgada nesta quarta-feira. Além disso, citam que o País tem sido “exposto a desequilíbrios resultantes da excessiva intervenção oficial e dos objetivos conflitantes na política monetária, cambial e fiscal”.

No relatório, os analistas explicam que os países latino-americanos têm sido beneficiados de maneira geral pela manutenção do crescimento da economia, além de fatores que potencializam essa reação: fluxo robusto de financiamento externo, investimento direto e de portfólio. Esse quadro, argumentam, “continua sendo beneficiado pelas reduzidas taxas de juro e a abundante liquidez global”.

Ainda que moderado, o crescimento do comércio global e os fundamentos econômicos da maioria dos países devem garantir a continuidade do cenário positivo em 2013. Até mesmo o problema da inflação preocupa pouco. “Apreciação cambial, preços mais baixos das commodities e choques favoráveis de oferta parecem compensar a pressão sobre os preços e mantêm a inflação sob controle”, dizem, ao lembrar que também há sinais de aumento da produtividade.

Destaques

Para os economistas, os dois países que melhor aproveitam o atual ciclo são Chile e Peru. “O crescimento nos dois países continua elevado e é principalmente explicado pela robusta demanda interna”, dizem Flavia e Hernandez. “No México, a atividade voltou a acelerar em novembro e há expectativa de reformas no segundo semestre de 2013”, o que deve criar uma base sólida para os próximos trimestres na economia mexicana.

Até mesmo a vizinha Argentina, que tem gerado preocupações em empresas e investidores, recebeu uma avaliação positiva. “O crescimento na Argentina e na Colômbia também está aumentando, mas parece que são necessários ajustes para manter o ritmo positivo”, dizem os analistas.

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