Brasília – Em visita à Espanha, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, assinou, junto com o ministro espanhol de Assuntos Exteriores e de Cooperação, Miguel Ángel Moratinos, um acordo de cooperação em ciência e tecnologia. O Plano de Ação em Ciência e Tecnologia entre o Brasil e a Espanha tem como áreas prioritárias biotecnologia, energias renováveis e biocombustíveis, nanotecnologia e nanomedicina e tecnologias da informação e da comunicação.
?Firmamos, os dois ministros, este programa de atuação em ciência e tecnologia, que é quiçá uma das áreas que os dois governos decidiram potencializar ao máximo, devido ao excelente desenvolvimento que a nossa relação bilateral em todos os campos está alcançando?, afirmou o ministro espanhol, em coletiva realizada após a reunião.
?Queremos nos unir, como fizemos no caso de Portugal, ao inaugurar o centro de nanotecnologia, a outros países, Argentina, Brasil, Portugal, para ir configurando uma forma de encarar o futuro?, complementou Moratinos.
O plano está inserido no contexto do Convênio Básico de Cooperação Técnica, Científica e Tecnológica, assinado em 1989. Ele permitirá que convênios específicos sejam celebrados diretamente entre instituições de pesquisas dos dois países.
Além da área de ciência e tecnologia, também foram discutidos acordos trilaterais. Segundo Moratinos, seria assinado nesta quinta-feira (7) um acordo entre Brasil, Espanha e Bolívia sobre abastecimento de água potável neste último país. Como o chanceler boliviano não esteve presente na reunião desta segunda-feira (7), o acordo deve ser assinado no próximo Encontro União Européia, América Latina e Caribe.
Durante entrevista coletiva, o ministro Celso Amorim criticou a postura européia de limitar a 300 o número de abatedouros que poderão exportar carne bovina para os países da União Européia (UE).
?Não faz sentido lógico dizer que você só pode certificar 300 estabelecimentos, determinar um número a priori, não há argumento que possa sustentar isso, é uma forma indireta de criar restrições quantitativas, e restrições quantitativas são contra a OMC [Organização Mundial do Comércio]?, afirmou Amorim.
No final de janeiro, a UE suspendeu a importação de carne bovina do Brasil, alegando que os estabelecimentos indicados pelo país não estavam cumprindo as normas sanitárias exigidas pelo bloco. O Brasil é o maior exportador de carne do mundo.
