Os governos brasileiro e chinês fecharam acordo sobre as questões sanitárias que envolvem o comércio de soja e óleo de soja. Nesta semana, a missão de técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) discutiu com autoridades do Ministério da Quarentena da China alguns pontos que atrapalham o comércio entre os dois países.
Com relação ao teor de solvente utilizado no óleo de soja, a China não mudou a regra em vigor, mas mostrou disposição em aceitar o produto importado do Brasil. Os chineses estão exigindo um limite máximo de 100 miligramas de solvente por quilo do produto. O óleo exportado pelo Brasil tem um teor de cerca de 600 miligramas por quilo, por ser o produto bruto.
De acordo com relato dos técnicos do Ministério da Agricultura que participaram da missão, os chineses foram muito receptivos e disseram que os exportadores brasileiros não terão problema com a venda do óleo de soja.
A China decidiu ainda aceitar um pequeno nível de tolerância do fungicida Carboxin nos carregamentos de soja em grão brasileira. No ano passado, os chineses decidiram adotar uma política de tolerância zero em relação ao fungicida. Por causa disso, muitos carregamentos de soja foram barrados na China e tiveram que retornar ao Brasil.
Com o acordo firmado agora, os chineses estão dispostos a aceitar até 0,2 p.p.m (partes por milhão) de Carboxin nos carregamentos de soja.
Outro ponto abordado nas negociações foi o texto da circular 73, do governo chinês, que exige que os exportadores declarem conhecer toda a legislação chinesa sobre a soja. Segundo os técnicos brasileiros, ficou acertado que essa exigência não será mais considerada.