Brasília – A China assinou ontem um acordo com Portugal e seis de suas ex-colônias, incluindo o Brasil, para estreitar as alianças comerciais, os investimentos e a cooperação técnica nas áreas de agricultura, pesca, construção, engenharia e recursos naturais. “O objetivo é definir medidas concretas que sejam traduzidas em mais comércio, investimentos e cooperação”, disse o vice-primeiro-ministro de Portugal, José Luís Arnaut, durante a cerimônia de assinatura do acordo, em Macau, ex-enclave português que servirá como principal elo entre a China e o mundo em língua portuguesa.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Luiz Fernando Furlan, que representou o Brasil no Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, enfatizou a importância da aproximação entre a China e os países de língua portuguesa, segundo informações da assessoria de imprensa do ministério.
“Esta é uma grande oportunidade para abrirmos o diálogo com os países de língua portuguesa e principalmente com a China, que assumiu este ano o posto de segundo parceiro comercial do Brasil.” Além de representantes de Portugal e do Brasil, a cerimônia de assinatura do acordo contou com a presença de autoridades de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste. O grupo acertou que vai se reunir a cada três anos.
O vice-ministro do Comércio da China, An Min, declarou que o acordo servirá como um guia de cooperação comercial e econômica. As autoridades de Macau pretendem dobrar o comércio anual entre a China e países de língua portuguesa nos próximos cinco ou sete anos, atualmente em US$ 6 bilhões por ano.
A China é o segundo parceiro comercial do País, só perdendo para os Estados Unidos. De janeiro a setembro, o Brasil exportou para a China US$ 3,4 bilhões, 6,4% do total das vendas ao exterior, um crescimento de 89% sobre o total de 2002.