O Brasil e a Argentina decidiram monitorar o comércio de trigo. A informação foi dada pelo Secretário Executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho ontem à noite, após reunião da Comissão de Monitoramento do Comércio Brasil-Argentina, em Buenos Aires. O primeiro encontro para tratar do assunto ocorrerá no dia 18 de março, em Brasília, com a participação ampla de técnicos do MDIC e do Ministério de Agricultura, além de representantes do setor.
"Queremos monitorar o que está acontecendo no comércio e nos embarques argentinos para dar maior estabilidade no fornecimento de trigo para o Brasil", explicou Ramalho. Ele reconheceu que o Secretário de Indústria da Argentina, Fernando Fraguío, manifestou preocupação com a medida da Câmara de Comércio Exterior (Camex), da semana passada, autorizando a importação de uma cota de até 1 milhão de toneladas de países de fora do Mercosul, com tarifa zero, por considerar insuficiente a decisão da Argentina de reativar parte de suas exportações de trigo ao Brasil.
Por outro lado, Ramalho explicou a Fraguío a preocupação de que possa faltar trigo para o mercado brasileiro. "O que o Brasil quer é que se comprometam com a regularidade dos embarques e se a Argentina atender as necessidades brasileiras de trigo é possível que os importadores brasileiros não utilizem essa alternativa de importar de outros países?, ponderou Ramalho. O Brasil pediu a Argentina a estabilidade no sistema de registros de exportação e dos embarques do grão porque em sua luta contra a inflação, o fechamento do registro de exportações tem sido um mecanismo utilizado com freqüência pelo governo argentino.
