Os governos do Brasil e da Argentina concordaram hoje em criar um grupo de trabalho para discutir uma solução definitiva para as barreiras comerciais aplicadas pelos dois países. No caso do Brasil, o grupo será integrado pelos ministros da Fazenda, de Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Do lado argentino, ele será integrado pelos ministérios da Economia, da Indústria e de Relações Exteriores. O grupo, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, deverá se reunir a cada 45 dias para tratar das pendências comerciais.
Essa foi a solução paliativa encontrada durante o encontro de hoje dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, no Palácio do Itamaraty. Durante a reunião, nem mesmo os presidentes conseguiram se comprometer com a retirada das medidas aplicadas no comércio bilateral.
Desde setembro do ano passado o governo argentino exige licenças não automáticas para a importação de eletroeletrônicos, calçados, têxteis e outros produtos brasileiros.
Mesmo depois de acordos setoriais que implicaram na restrição voluntária de exportações brasileiras desses produtos, as licenças continuaram a vigorar, sendo que foi registrado um desvio de comércio em favor dos produtos chineses. No mês passado, como represália, o governo brasileiro impôs licenças não automáticas para 35 produtos argentinos.
Do ponto de vista do Itamaraty, a solução definitiva para esse impasse, que se repete de tempos em tempos na relação comercial entre os dois países, seria a reestruturação dos setores argentinos que querem proteção.
