Brasil e Alemanha marcam reunião para discutir Doha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a chefe do governo da Alemanha, Angela Merckel, conversaram por telefone, no início da tarde, e acertaram nova reunião de negociações entre o chanceler brasileiro, Celso Amorim, e encarregados da União Européia (UE) para discutir a retomada da Rodada Doha, informou hoje o porta-voz do Palácio do Planalto, Marcelo Baumbach. Ele disse que Angela Merckel telefonou a Lula às 12h30 e que ambos marcaram o encontro de Amorim com negociadores europeus para o próximo fim de semana. Ainda não foi definida a cidade da Europa em que será a reunião.

Segundo Baumbach, Angela Merckel ligou para conversar com Lula sobre o impasse que está havendo com a Rodada Doha e disse ao presidente brasileiro que ainda tem esperança de que se possa levar a bom termo as negociações. Lula, segundo o porta-voz, reiterou seu ponto de vista de que a boa vontade das várias partes não se traduziu em resultados concretos, porque os números das propostas não têm correspondido à realidade.

O presidente citou, segundo Baumbach, o caso dos subsídios domésticos dos Estados Unidos aos seus produtores agrícolas, a proposta da União Européia de corte nas tarifas de importação, que considera insatisfatória, e a expectativa muito elevada para os cortes das tarifas industriais dos países em desenvolvimento. Lula reiterou que o Brasil continua disposto a participar das negociações e demonstrará flexibilidade se os outros países se mostrarem dispostos a também serem flexíveis.

O presidente brasileiro, de acordo com o relato do porta-voz, voltou a defender sua tese de que, para se superar o impasse em torno da Rodada Doha, é necessária uma reunião em nível de chefes de Estado. A chefe do governo alemão concordou, conforme o porta-voz. Mas, nesse ponto da conversa, pediu a presença de Celso Amorim à reunião do próximo fim de semana com negociadores europeus.

Baumbach relatou ainda que Angela Merckel considerou "extremamente positiva" a decisão brasileira de prosseguir nas negociações. Ela disse que não se opõe ao diálogo no mais alto nível, mas todas as oportunidades de negociação devem ser aproveitadas.

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