Brasil deve superar meta de investimento até 2010

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou nesta quarta-feira (06) que o nível dos investimentos já anunciados no Brasil, da ordem de R$ 400 bilhões, deverá possibilitar que o País supere a meta de ampliação de investimento fixo até 2010. A Política de Desenvolvimento Produtivo, lançada pelo ministério este ano, estabeleceu como objetivo uma taxa de investimentos de 21% do Produto Interno Bruto até 2010. No entanto, segundo ele, o índice, situado em 17 6% no início de 2007, chegou a 18,3% no fim do ano. “Acredito que facilmente ultrapassaremos esta taxa, por razões óbvias”, afirmou.

Entre os investimentos citados pelo ministro, estão os aportes já previstos pela Petrobras, tanto para a extração de petróleo na camada pré-sal quanto para a instalação de quatro novas refinarias, a retomada da produção da indústria naval brasileira e os projetos de construção de seis usinas siderúrgicas, incluindo o mais recente anúncio feito pela Usiminas.

O ministro argumentou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar as taxas de juros não deve exercer grande impacto sobre o aumento dos investimentos no País. “Todos os investidores sabem que esta taxa é pontual e que depois haverá redução, quando a inflação estiver sob controle”, justificou.

Miguel Jorge lembrou que a meta para as exportações também pode ser revista. Em julho, as vendas externas e as importações bateram recorde ao atingir US$ 20,453 bilhões e US$ 17,149 bilhões, respectivamente. Segundo ele, o objetivo traçado anteriormente, de US$ 180 bilhões em exportações, foi ampliado para US$ 190 bilhões, mas o setor exportador já prevê um novo recorde, com vendas de US$ 196,8 bilhões ainda este ano. “Temos todas as possibilidades de ultrapassar a meta de US$ 208 bilhões até 2010”, afirmou.

O ministro voltou a afirmar que o fracasso das negociações da Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC) deverá levar o Brasil a insistir no fechamento de acordos bilaterais. No entanto, a idéia do governo é fortalecer a indústria automotiva brasileira, que hoje possui um das mais altas taxas de Imposto de Importação, da ordem de 35%. O setor deverá ampliar a capacidade instalada dos atuais 3,9 milhões para 5 milhões unidades por ano. “Temos de preparar essa indústria porque ela será moeda de troca para a abertura do comércio internacional de bens e serviços”, afirmou.

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