O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, esteve reunido durante quase uma hora e meia, ontem, com o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, em Dubai. Ficou acertado que uma decisão do governo brasileiro por assinar ou não um novo acordo será feita em outubro. “Vamos analisar com muita tranqüilidade e de forma bem transparente. O Brasil não vai deixar de fazer um novo acordo se verificar que isso ajuda o País de uma maneira efetiva”, afirmou Palocci.
O ministro havia adiantado, antes do encontro dessa segunda-feira, que a possibilidade de um novo acordo com o Fundo estaria na pauta da reunião com o diretor-geral do organismo. “Mas não estamos negociando um acordo no momento. Não há decisão final do governo”, disse o ministro.
Palocci disse, durante coletiva de imprensa realizada no domingo, que o Brasil trabalha para reduzir a proporção da dívida em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). “A política econômica que estamos desenvolvendo está destinada precisamente a reduzir a dívida em relação ao PIB, não apenas no aspecto de seu tamanho mas particularmente na melhora do perfil da dívida.”
O ministro informou que a proporção da dívida pública indexada a moedas estrangeiras caiu de 47%, no início do ano, para 29%. Também desde o início do ano, a parcela de débitos com vencimento em 12 meses caiu de 40% para 30%, segundo ele.
Sobre a competitividade, Palocci comentou que o Brasil atingiu níveis que devem ser respeitados, principalmente no setor agrícola. O ministro disse que as barreiras protecionistas dos países desenvolvidos não podem limitar os ganhos das exportações do País.
Palocci destacou a necessidade de vender produtos livremente no mercado internacional. “Temos de ser perenes na política econômica, mas ousados na política de comércio exterior.” E completou: “Não devemos pedir favor”.
O ministro também comentou o acordo firmado entre a Argentina e o FMI, aprovado pelo diretório do fundo no sábado. “Nós apoiamos a Argentina nesse acordo. Ele é bom para toda a região.”
Palocci e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, estão em Dubai, nos Emirados Árabes, para o encontro anual do FMI e do Banco Mundial. Hoje, o ministro da Fazenda tem uma reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow.