O ritmo de criação de vagas na indústria despencou em julho. O saldo foi positivo em 6.119 vagas, contra 56.027 no mesmo mês do ano passado. Contribuiu para isso o desempenho dos segmentos calçadista e moveleiro, que são exportadores. Considerando todos os setores, o País criou 117.473 novas vagas no mês passado, contra 202.033 em julho de 2004, segundo o Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego). Em junho, haviam sido gerados 195.536 postos de trabalho.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o ritmo menor em julho é sazonal, justificado pelo intervalo das vendas para o comércio. Ele espera que ocorra uma aceleração a partir desse mês e, mais fortemente, em setembro e outubro.
As altas taxas de juros também influenciaram esse resultado. Ontem, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a Selic em 19,75% ao ano.
?Evidente que se o Copom tivesse iniciado o processo de redução, seria uma contribuição para essa velocidade ser retomada. Infelizmente, vamos ter que esperar para o mês que vem?, disse.
Ele ressaltou ainda que o ano passado foi ?excepcional? para a criação de empregos, e que o resultado de 2005 deve ficar um pouco abaixo.
No ano passado, foram criadas 1,523 milhão de empregos. Para este ano, ele prevê entre 1,250 milhão e 1,3 milhão.
?Tem uns buracos no caminho e não poderia continuar a 120 km/h, temos que diminuir a velocidade.?
Entre janeiro e julho, o saldo de emprego com carteira assinada está em 1,083 milhão.
Sobre a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criar 10 milhões de empregos nos quatro anos de mandato, o ministro disse que esse número leva também em conta os empregos informais.
Julho
No mês passado, o setor que mais criou vagas foi a agropecuária, com 32.447. Em segundo aparece o setor de serviços, com um saldo de 32.229 novos postos formais.
Na indústria, o saldo de pouco mais de 6 mil foi prejudicado pela redução no total de vagas na indústria de madeira, que eliminou 5.303 vagas e da de calçados, com uma redução de 2183.
Por região, a Sul eliminou 2255 vagas, enquanto a região Sudeste registrou um saldo positivo de 88.087 novos postos.