Brasília – A economia brasileira poderá crescer a uma taxa média de 5,5% ao ano entre 2007 e 2010. A partir daí o ritmo de expansão deve se acelerar e chegar a 7%. Essas metas estão no Mapa Estratégico da Indústria, que define um conjunto de objetivos e programas que devem conduzir o Brasil ao crescimento econômico sustentado e garantir a maior inserção das empresas brasileiras no mercado internacional.

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O estudo, apresentado ontem na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), define metas para indicadores como a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a produtividade da indústria, os juros, a carga tributária, os investimentos em infra-estrutura e a oferta da energia para 2007 e 2015.

O documento também aponta os desafios que o País terá de enfrentar para melhorar a infra-estrutura e os indicadores sociais. Uma das metas na área de desenvolvimento humano, por exemplo, é a ampliação da rede de esgotos a 70% dos domicílios brasileiros em 2015. Em 2003, esse serviço beneficiava 48% dos domicílios. ?O Mapa apresenta uma visão estratégica de longo prazo com objetivos claros e desafiadores?, afirma o estudo. ?O processo de construção do Mapa Estratégico da Indústria teve como objetivo o alinhamento da indústria em torno da agenda do País?, destaca o documento.

Elaborado pelo Fórum Nacional da Indústria, órgão consultivo da diretoria da CNI, o Mapa Estratégico indica as ações necessárias para o cumprimento das metas. O Mapa Estratégico foi construído com base na metodologia do Balanced Scorecard (BSC), desenvolvido na Havard University, dos Estados Unidos. Por meio dessa ferramenta de gestão, o Fórum Nacional da Indústria da CNI acompanhará a evolução dos indicadores dos objetivos estratégicos.

Spread

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O Mapa Estratégico da Indústria afirma que a expansão da economia e da produção industrial dependem da melhoria das condições de crédito no País. Segundo o Mapa, a redução dos juros e dos spreads bancários (diferença entre o que os bancos pagam e cobram de juros) e o aumento do volume de recursos para financiamentos são essenciais para garantir o desenvolvimento.

Em 2003, o spread bancário chegou a 42%. A meta do Mapa é que esse número caia drasticamente para 20% em 2010 e, finalmente, para 10%, em 2015. Nos Estados Unidos, o spread é de 3,2%. O aumento do volume do crédito é outra aposta do Mapa para o maior crescimento da atividade industrial do País. Em 2004, a participação do crédito no PIB era de 26,1%. A meta do documento é que em 2010 esse número suba para 40% e em 2015, para 70%. A taxa real de juros é outra preocupação. A indústria quer uma queda forte da taxa, que em 2003 registrou 14,1%. O objetivo é que ela caia para 6% ao ano em 2010 e para 4%, em 2015.

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País precisa desenvolver cultura exportadora

O Mapa mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial também precisa mostrar melhor desempenho. Em 2004, o índice ficou em 6,2%. Para 2015, o estudo estipula um aumento para 8,5%. A meta para a produtividade na indústria é 6% para o mesmo período, um patamar semelhante ao dos anos 90.

Entre as estratégias para alcançar a meta, está a promoção de uma industrialização competitiva das regiões menos desenvolvidas e a desconcentração da produção do eixo Sul-Sudeste.

O aumento da produtividade industrial também terá reflexo positivo nas exportações. Hoje, as vendas para o exterior representam 18% do PIB. Esse indicador, segundo o Mapa, deverá subir para 22% em 2007 e para 30% em 2015. O estudo propõe que o País desenvolva uma cultura exportadora que identifique o mercado externo como um objetivo permanente, e aprimore a capacitação das empresas, em particular das pequenas e médias, para a atividade exportadora.