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 Foto: José Cruz/Agência Brasil

Guido Mantega: contra restrições.

São Paulo – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, divulgou ontem comunicado defendendo, em nome do governo brasileiro, que os diretores-gerentes e presidentes das instituições financeiras multilaterais, como Banco Mundial (Bird), sejam escolhidos em processos abertos e transparentes, sem restrição a candidaturas em função da nacionalidade. A posição brasileira é manifestada no momento em que o presidente dos Estados Unidos, George Bush, empenha-se em escolher mais um americano para a presidência do Banco Mundial, em substituição a Paul Wolfowitz que deixará o cargo no próximo dia 30 de junho, numa renúncia motivada pelo escândalo que marcou sua gestão com ações de favorecimento à funcionária Shaha Riza, sua namorada.

O comunicado de Mantega relata que, desde a criação do FMI e do Banco Mundial, tem prevalecido o entendimento informal de que um cidadão norte-americano, indicado pelo presidente dos Estados Unidos, seja escolhido como presidente do Banco Mundial. O diretor-gerente do FMI, por sua vez, é escolhido por indicação acertada entre os principais países da Europa Ocidental. O FMI e o Bird foram criados em julho de 1944 na Conferência de Bretton Woods, Estados Unidos.

?O governo brasileiro entende que tal costume não encontra fundamento na realidade contemporânea, constituindo anacronismo que deve ser superado no contexto das instituições financeiras multilaterais?, ressalta o documento. ?Num momento em que a legitimidade, a representatividade e a eficácia do Banco Mundial e do FMI precisam ser restauradas, seria de lamentar que a escolha do novo Presidente do Banco Mundial não fosse baseada no mérito de candidatos apresentados por qualquer dos Estados-Membros da instituição?, acrescenta.

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Mantega sustenta que a posição brasileira encontra respaldo no âmbito do G20 financeiro (grupo que congrega ministros da fazenda e presidentes de bancos centrais das economias mais avançadas e das principais economias emergentes), de acordo com o comunicado final da reunião ministerial de Melbourne (Austrália – 2006), segundo a qual a seleção dos altos dirigentes do FMI e do Banco Mundial deve ser baseada no mérito, assegurada uma ampla participação de todos os estados-membros.

O Brasil, que presidirá o G20 em 2008, também defende a continuidade do processo de modernização dos mecanismos de governança das instituições de Bretton Woods. ?Nesse contexto, a revisão da prática da escolha dos altos dirigentes dessas instituições constituirá ação complementar à reforma, ora em debate, dos critérios de distribuição de quotas, dos instrumentos de atuação e das formas de exercício das missões institucionais tanto do FMI quanto do Banco Mundial?, destaca o comunicado.

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