O desânimo da economia brasileira levou, pelo segundo ano seguido, o Brasil a perder posições no ranking de 30 mercados em desenvolvimento com maior potencial para atrair investimentos estrangeiros para o varejo.

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No ranking, elaborado pela consultoria americana A.T. Kearney, o País ficou neste ano no 8º lugar entre os mercados mais atraentes, três posições abaixo da lista de 2014. A perda de atratividade do varejo brasileiro em relação a outros emergentes ocorre depois de o Brasil ter liderado entre 2011 e 2013, esse ranking, que agora tem a China no topo. O Brasil que já foi o “queridinho” entre os mercados de consumo emergentes está hoje atrás de países com o Qatar, Mongólia e Geórgia.

“Lamentavelmente o Brasil perdeu atratividade entre os emergentes, mas esse resultado não foi uma surpresa”, afirma Esteban Bowles, sócio da Prática de Bens de Consumo e Varejo da consultoria.

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Ele atribui o fraco de desempenho do País a fatores conjunturais que afetaram o ritmo da economia. Na sexta-feira, o IBGE divulgou que o PIB do primeiro trimestre caiu 0,2% em relação ao trimestre anterior, afetado principalmente pela retração no consumo das famílias, que encolheu 1,5% nas mesmas bases de comparação.

Para elaborar o ranking, a consultoria avaliou 25 variáveis de cada país, reunidas em quatro grupos: atratividade do mercado, risco econômico e político, saturação do mercado e em quanto tempo novos players estarão presentes na região. O consultor diz que o Brasil teve desempenho ruim nos dois primeiros grupos de variáveis analisadas, mas conseguiu obter um resultado favorável em relação à saturação dos mercados e à baixa presença de players internacionais na região.

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“O tamanho do mercado brasileiro continua sendo um fator importante de atração de investidores”, diz Bowles. Nas contas da consultoria, o varejo brasileiro movimentou em 2014 US$ 800 bilhões, uma cifra significativa, apesar do esfriamento da economia. O consultor ressalta que setores de beleza, alimentação e material de construção continuam chamando a atenção de investidores.

Enquanto as turbulências no cenário macroeconômico fizeram o Brasil perder posições no ranking, na prática, a valorização do dólar em relação ao real funcionou como um chamariz para os investidores internacionais interessados em comprar ativos mais baratos em moeda estrangeira. É que eles estão de olho no potencial de consumo do mercado a médio prazo. Bowles conta que, nos últimos meses, tem recebido consultas de interessados em empresas do segmento de bens duráveis e alimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.