Em busca de um mercado superaquecido pelos petrodólares, o Brasil assina nos próximos meses acordo comercial com os países do Golfo Pérsico, bloco formado por Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Catar e Omã. Governo e empresas brasileiras querem a região como uma das prioridades em 2008. Em apenas um ano, o número de brasileiros em Dubai, nos Emirados, triplicou e hotéis ainda querem trazer trabalhadores do País para empregos que vão de gerente a cozinheiro. Hoje, já são 1.000 vivendo ali.
Nesta semana, o chanceler Celso Amorim deverá ir a Riad, na Arábia Saudita, o principal país da região. A aproximação comercial deve fazer parte da agenda do ministro. ?Estamos chegando por último aqui?, comenta o embaixador do Brasil nos Emirados, Flávio Sapha. Segundo ele, apesar da chegada tardia, o País tem condições de ganhar mercado. O acordo entre o Mercosul e a região pode ser um impulso importante. ?O acordo comercial entre o Mercosul e a região está praticamente concluído?, revelou. Faltaria apenas um acerto sobre os prazos de desgravação tarifária para setores sensíveis. Um deles é a área de petroquímica brasileira, que não esconde o temor de que os termos de um acordo com os árabes possa ser prejudicial às empresas nacionais diante da queda de tarifas de importação no setor.
Em 2007, a corrente comercial entre países árabes e o Brasil somou US$ 13,5 bilhões e a região é a que mais cresce em termos porcentuais para as vendas nacionais. Não por acaso, o presidente Lula planeja sua terceira visita ao Oriente Médio ainda este ano. Os governadores do Rio, Sérgio Cabral, e de Minas, Aécio Neves, também organizam visitas oficiais com delegações de empresários. Há vários setores interessados. No mercado financeiro, o Itaú promoveu recentemente evento em Dubai para atrair investidores dos Emirados para o Brasil. Para isso, levou a Petrobrás, a BR Malls – gerente de shoppings – e a Gafisa.