Brasil barra trigo importado da Ucrania com suspeita de fungo

As 82 mil toneladas de trigo importadas da Ucrânia que se encontram estocadas em navios nos portos de Fortaleza (CE) e Salvador (BA), só poderão ser descarregadas depois que forem tratadas com o agrotóxico Brometo de Metila, e submetidas a análise fitossanitária por laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura. A determinação é do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal do Ministério da Agricultura e tem como objetivo evitar o ingresso do fungo Alternaria Triticina, inexistente no Brasil.

O fungo foi detectado em uma das amostras colhidas junto a carga do primeiro de cinco navios que atracaram em Fortaleza no dia 2 deste mês. No mesmo dia, segundo o diretor substituto do Departamento, Oscar de Aguiar Rosa, o Ministério comunicou à Embaixada da Ucrânia que qualquer carga de trigo procedente daquele país que tivesse sido embarcada até o dia 3 teria que ser submetida à fumigação com Brometo de Metila, independentemente de estar contaminada pelo fungo Alternaria.

Depois desse procedimento, será feita ainda uma análise fitossanitária para confirmar o extermínio da praga. A orientação é para que a fumigação com o agrotóxico seja feita no próprio navio, antes de atracar no porto. Do total de 82 mil toneladas de trigo importado, 70 mil toneladas estão no porto de Fortaleza e 12 mil toneladas no porto de Salvador, segundo o Ministério da Agricultura.

No mesmo comunicado enviado à embaixada ucraniana, o Ministério informou que as cargas que tiverem sido embarcadas depois do dia 3 deste mês não poderão ingressar no Brasil, a não ser que estejam acompanhadas de um laudo de análise de risco. Oscar explicou que as normas do Ministério da Agricultura determinam que, quando o fungo for detectado em algum produto importado, a carga deve ser rechaçada ou destruída, embora seja passível de tratamento. No caso das importações da Ucrânia, no entanto, como o Brasil está precisando do trigo, devido às dificuldades na importação ocasionadas pela elevação do dólar, o governo decidiu optar pela fumigação.

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