Os impostômetros instalados em várias cidades do País, que informam a quantidade de tributos arrecadados no Brasil durante o ano, atingiram, ontem, a marca de R$ 1 trilhão.
O painel de Curitiba, que fica na Rua XV de Novembro, em frente à sede da Associação Comercial do Paraná (ACP), foi um dos que registraram a marca, alcançada às 12h30. A quantia foi atingida pelo terceiro ano consecutivo e em tempo recorde: em 2008 e 2009 a marca foi obtida apenas em dezembro.
Ao mesmo tempo em que os painéis ganhavam mais um dígito, outras marcas medidas pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que criaram o equipamento, também continuavam subindo.
Ontem, só a União respondia por mais de R$ 630 bilhões da arrecadação, ou 63% do total. O Paraná, sexto colocado em arrecadação tributária no País, ultrapassou os R$ 13 bilhões, respondendo por 5,1% do total. Curitiba já adicionou mais de R$ 4 bilhões em seus cofres, só este ano.
A partir dos dados do impostômetro, o IBPT calculou que este ano cada brasileiro pagou, até ontem, em média, R$ 5,2 mil em impostos. Se considerados os tributos estaduais, os paranaenses pagaram R$ 4.730,57. No final de 2010, os painéis devem mostrar um valor de aproximadamente R$ 1,2 trilhão.
De acordo com as entidades, com o valor já arrecadado este ano é possível construir, por exemplo, cerca de 48 milhões de casas populares de 40 metros quadrados, 83 milhões de salas de aula equipadas, 1 milhão de quilômetros de estradas asfaltadas, 12,5 milhões de quilômetros de redes de esgoto, entre outras obras.
Desoneração
Aproveitando o momento do recorde, o presidente da ACP, Edson Ramon, cobrou mais investimentos governamentais em setores essenciais, como infraestrutura, saúde, educação e segurança.
“Além disso, defendemos a urgente desoneração tributária, pois a alta carga de tributos é um dos obstáculos à maior produção”, completou, lembrando que, a cada ano, a carga tributária no Brasil avança cerca de 10%, mesmo descontada a inflação.
O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, lembrou que o crescimento econômico e a redução da sonegação fiscal, por meio da Nota Fiscal Eletrônica, também ajudam no aumento da arrecadação.
Mas ressaltou que a forma com que os tributos são cobrados no Brasil, em cascata, contribui muito para isso. Ele explica, por exemplo, que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – cobrado pelos estados de forma diferenciada – é responsável pelo crescimento da incidência de tributos como o PIS e a Cofins.