Como era de se esperar, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo de Rato, elogiou o Brasil pela iniciativa do governo de antecipar o pagamento de três parcelas de sua dívida com aquela instituição, que venceriam entre setembro próximo e março de 2006 – num total de US$ 5,12 bilhões.
Anteontem, o Banco Central (BC) divulgou nota na qual informa que, diante das condições favoráveis de entrada de recursos no Brasil, o País antecipará o pagamento de US$ 5,12 bilhões – US$ 120 milhões dos quais em juros – devidos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de uma linha de crédito denominada SRF (de curto prazo e, portanto, mais cara). Originalmente, o financiamento previa amortizações em setembro e dezembro deste ano e uma última parcela em março de 2006.
Num comunicado divulgado ontem, em Washington, Rato disse que recebera com prazer o anúncio brasileiro e elogiou as autoridades ?por suas realizações econômicas nos últimos cinco anos?. E acrescentou: ?A capacidade do Brasil em pagar as suas obrigações antes do tempo previsto reflete o sólido quadro macroeconômico e institucional atual e uma posição de balanço de pagamentos que é mais sólida do que se imaginava antes, refletindo em grande parte um impressionante desempenho exportador. Sólidas políticas econômicas e reformas tem reduzido significativamente as vulnerabilidades e reforçado a confiança na economia do País?.
Do total de US$ 39,9 bilhões concedidos ao Brasil foram sacados US$ 25,3 bilhões pelo governo. Dessas retiradas US$ 11,1 bilhões eram do Programa de Financiamento de Reserva Suplementar, do Fundo, e US$ 6,11 bilhões já tinham sido pagas pelo País. A dívida total do Brasil com o FMI agora, já descontado o pagamento antecipado anunciado anteontem, passa a ser de US$ 15,7 bilhões segundo o FMI.