Pratini com Baungarten: trabalho conjunto.

Brasília  – O governo do Paraguai aceitou a ajuda brasileira para erradicar a febre aftosa e irá implementar um programa sanitário nos moldes do executado no Brasil, com base nas regras dos países que integram a Bacia do Prata (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile). Essas regras se fundamentam nas normas do Código Zoossanitário Internacional e do Escritório Internacional de Epizootias (OIE).

Em reunião realizada ontem entre o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, e o colega paraguaio, Daríu Baungarten, ficou acertado que os técnicos dos dois países que atuam na área de defesa animal traçarão um plano de emergência a ser implementado naquele país.

O programa deverá abranger todo o território paraguaio e não somente as áreas de fronteira, informou Pratini de Moraes. O Brasil irá fornecer técnicos, vacinas e atuar no reforço das barreiras sanitárias na região. A intenção, segundo o ministro, é vacinar todo o rebanho bovino do Paraguai, de 9 milhões de cabeças, e não apenas os 4 milhões que estão localizados nas áreas de fronteira.

O ministro paraguaio disse que, por enquanto, a aftosa está circunscrita à Fazenda São Francisco, no município de Corpus Christi, província de Canindeyú. Segundo, ele foram encontrados dois animais soropositivos no rebanho da propriedade por meio de teste soroepidemiológico realizada pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa).

Foram sacrificados 719 animais nessa propriedade, considerando aqueles que tiveram contato com os dois infectados, disse Baungarten. A preocupação é evitar a propagação da doença, uma vez que existe trânsito de animais em toda a região. As ações a serem adotadas no plano de emergência seriam detalhadas em outra reunião a ser realizada hoje no Ministério da Agricultura.

Isolamento

O diretor de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, João Cavalléro, disse que inicialmente a propriedade onde foi constatada a doença ficará isolada em um raio de até 25 quilômetros, incluindo a zona de foco, a zona de vigilância e a zona de segurança para evitar a contaminação.

O fechamento da fronteira do Brasil com o Paraguai, iniciado no dia 23 de setembro, quando houve a suspeita do foco, será mantido até que não existam riscos de contaminação. Como conseqüência, não podem ingressar no Brasil animais vivos suscetíveis à aftosa, produtos e subprodutos.

Rastreabilidade ampliada

O secretário estadual da Agricultura, Deni Schwartz, apresentou ontem o sistema de rastreabilidade bovina que começa a ser implantado no Paraná. O sistema vai permitir o acesso de todos os produtores ao monitoramento da qualidade da carne, principalmente os pequenos pecuaristas. O trabalho será feito em parceria entre governo, sociedades rurais e federações da agricultura.

Deni participou da abertura dos primeiros fóruns sobre rastreabilidade bovina, em Londrina e Ponta Grossa, que reuniram perto de 600 pessoas, entre pecuaristas, lideranças rurais, autoridades e técnicos agrícolas. Até sexta-feira (08), serão sete fóruns, uma promoção do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa). “O produtor deve se preocupar com o mercado externo, mas também com a demanda interna”, alertou o secretário.

Os fóruns do Conesa prosseguem em Guarapuava e Pato Branco, nesta quarta-feira (06); em Cascavel e Umuarama, na quinta-feira (07), e em Maringá na sexta-feira (08).

Aftosa

A implantação do sistema de rastreabilidade – que informa todo o histórico da carne, da origem até o abate – coincide com a segunda etapa da campanha estadual de vacinação contra a febre aftosa de 2002, que acontece de 1.º a 20 de novembro. Mais uma vez, os técnicos da Secretaria da Agricultura estão aproveitando a oportunidade para renovar os cadastros de propriedades e rebanhos.

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