Buenos Aires (AE) – Os números trimestrais da balança comercial bilateral Argentina/Brasil continuam desfavoráveis para o primeiro, apesar da vantagem cambial em torno de 45% em favor do peso argentino. Embora o comércio bilateral dos primeiros três meses do ano tenha alcançado US$ 4,1 bilhões, o que representa 20% a mais que o mesmo período de 2005, o déficit argentino foi de US$ 860 milhões, 32% acima de igual período.
De acordo com o economista Dante Sica, da consultoria Abeceb.com, ?a canastra de bens que a Argentina comercializa com o Brasil continua focalizada nos automóveis e celulares em troca de trigo e petroquímicos. Embora ambos países sejam beneficiados pela melhora nos preços internacionais, principalmente no que diz respeito às matérias-primas agropecuárias e minerais, a Argentina perde porque tem aumentado suas importações?.
De acordo com os números da Secretaria de Indústria, mais de 20% das exportações brasileiras para a o mercado argentino são automóveis, onde se observa um aumento de mais de 10% do preço médio das unidades e de 35% da quantidade. As importações de celulares chegaram à cifra de US$ 110 milhões, com uma aumento de 2% em quantidade e de 30% no valor do produto.
O terceiro produto brasileiro mais importado pela Argentina é o mineral de ferro, utilizado como matéria-prima para o setor siderúrgico. Com o incremento do preço internacional do ferro e o aumento da demanda da indústria local, as importações do produto subiram 100% nesse trimestre, comparado com igual período de 2005.
Dentro das importações argentinas, dominam os bens manufaturados com maior valor agregado, destacando-se autopeças, máquinas agrícolas, aparelhos de comunicação, geladeiras, produtos químicos, máquinas de lavar roupas. Por outro lado, o trigo continua liderando a lista dos mais exportados ao Brasil com US$ 210 milhões e um volume 49% maior que o do ano passado. Em segundo lugar, estão os petroquímicos, com US$ 194 milhões, um aumento de 60%.
